Em preparação para a COP30, que reunirá líderes mundiais para discutir a agenda climática, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou planos de lançar o “Colabora”, um fundo de equity climático. A iniciativa visa atrair diferentes atores para aportarem capital e acelerar a mobilização de recursos em prol do clima.
Novos produtos financeiros e foco na mobilização de recursos
Durante evento no Museu do Amanhã, o presidente do BID, Ilan Goldfajn, explicou que o montante a ser alocado no fundo ainda está em discussão, já que o banco busca alinhar o interesse dos investidores com a capacidade de investimento dos atores envolvidos. Segundo ele, a ideia é que o fundo seja suficientemente robusto para gerar impacto significativo na agenda climática.
“Você fala da ideia, vê quem quer entrar, qual é o apetite, aí ajusta a ambição. Ainda temos até a COP 30 para trabalhar isso melhor e anunciar com mais segurança”, afirmou Goldfajn.
Iniciativas complementares e desafios do financiamento climático
Além do fundo “Colabora”, o BID pretende lançar o projeto “Reinveste mais”, que consiste em juntar carteiras de bancos locais, garantir garantias multilaterais e vendê-las a investidores internacionais. Essa estratégia busca oferecer ativos considerados de risco mais “compatível” para os investidores.
O executivo destacou que, apesar da relativa desaceleração dos Estados Unidos na agenda climática, isso não deve afetar a captação de recursos para projetos na região. “Muitos temas de clima são consenso mundial, como o gerenciamento de desastres naturais”, explicou.
Goldfajn também reforçou o interesse do BID em participar de uma nova rodada do programa de leilões EcoInvest, promovido pelo governo federal para estimular investimentos sustentáveis e captação de capital externo, com potencial para envolver a Amazônia.
Desafios e perspectivas para o financiamento climático na região
O presidente do BID afirmou que o principal desafio do financiamento climático é captar os trilhões de dólares necessários, especialmente em mercados emergentes, onde menos de 2% dos ativos globais de US$ 11 trilhões chegam a esses países. A volatilidade cambial, a fragmentação dos projetos e a falta de escala são obstáculos que precisam ser superados.
Goldfajn enfatizou ainda a importância de fortalecer instrumentos como os bônus amazônicos e as trocas de dívida, como formas de destravar recursos e ampliar o impacto de investimentos sustentáveis.
Perspectivas futuras
Com a realização da COP30 em Belém, o BID espera concretizar essas iniciativas, contribuindo para o avanço das ações climáticas na América Latina e no Caribe. O banco segue convencido de que a mobilização de recursos, aliada ao desenvolvimento de novos produtos financeiros, será fundamental para enfrentar os desafios da crise climática.
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