Pacientes do principal posto de saúde de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, têm enfrentado uma situação crítica: a falta de insulina. O cenário alarmante foi denunciado nesta quarta-feira, 20, por diversos cidadãos que dependem desse medicamento vital. O Centro de Saúde Silvio Henrique Braune, localizado no bairro Suspiro, é o principal ponto de distribuição da cidade e, segundo os relatos, está escasso deste medicamento essencial para o controle do diabetes.
Desesperança e indignação dos pacientes
Irênio de Jesus de Oliveira, um aposentado de 79 anos, é um dos muitos que sentem os impactos dessa grave situação. Ele desabafou sobre sua experiência: “Por que eles fazem isso com a gente? Já tem mais de dois meses que a gente vai lá e não tem insulina. Estou chegando do posto agora. Tem até uma caixinha de isopor que eu levo para colocar a insulina, mas remédio não tem.” As suas palavras refletem a frustração de muitos que precisam do medicamento para viver com qualidade e segurança.
A situação de Irênio não é um caso isolado. Outros pacientes também têm relatado a impossibilidade de encontrar a insulina e a sobrecarga no atendimento por conta da demanda crescente. A falta de estrutura e a escassez de recursos têm gerado longas filas e um ambiente hostil para aqueles que já enfrentam uma batalha diária contra a diabetes.
Resposta das autoridades
Diante da ocorrência, a Prefeitura de Nova Friburgo emitiu um comunicado informando que o desabastecimento é temporário e que aguarda uma nova remessa do Estado. Segundo o município, a última liberação de insulina durou apenas cinco dias úteis, o que não foi suficiente para atender todos os pacientes que precisam do medicamento. Em resposta à situação, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que já entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), que informou sobre a disponibilidade de uma nova remessa.
O Governo do Estado, por sua vez, esclareceu que a responsabilidade pelo fornecimento da insulina é do Ministério da Saúde, sendo que o papel do Estado é apenas a distribuição desse medicamento aos municípios. A SES-RJ confirmou que representantes de Nova Friburgo retiraram uma remessa no dia 28 de julho, mas apenas posteriormente o município solicitou uma nova entrega, que já está disponível para agendamento.
Impactos da situação na comunidade
O cenário atual acende um alerta em Nova Friburgo e nas demais regiões do Brasil, onde a escassez de medicamentos e a sobrecarga no sistema de saúde têm se tornado cada vez mais frequentes. Pacientes como Irênio não podem esperar, pois suas condições de saúde dependem diretamente do acesso a insulina. A luta pela mudança de políticas públicas e a melhoria na distribuição de medicamentos essenciais é uma questão vital, que deve ser uma prioridade tanto para as autoridades locais quanto para o Governo Federal.
Os cidadãos de Nova Friburgo, assim como em outras cidades, exigem respostas e soluções imediatas para que possam continuar a cuidar de sua saúde com dignidade. O direito à saúde não pode ser negligenciado e é fundamental que as pessoas tenham acesso ao tratamento necessário para viver com qualidade.
O que vem a seguir?
Com a promessa de uma nova remessa de insulina a caminho, os pacientes aguardam ansiosamente que a situação seja resolvida. Enquanto isso, o clamor por um sistema de saúde mais eficiente e transparente continua a ecoar. É essencial que as organizações de saúde e o governo se unam para garantir que essas histórias de frustração e abandono não se repitam e que todos os cidadãos tenham acesso ao que precisam para viver saudável e plenamente.
A luta por saúde e dignidade é um direito de todos, e a comunidade de Nova Friburgo não deve desistir de exigir o que é devido. Essa situação é um alerta de que a saúde pública exige uma atenção constante e que cada paciente merece ser ouvido.