No contexto atual de conflitos armados, a mensagem do Patriarca de Jerusalém dos Latinos, cardeal Pierbattista Pizzaballa, emerge como um apelo poderoso e esperançoso. À véspera do dia de jejum e oração convocado pelo Papa Leão XIV, marcado para 22 de agosto, Pizzaballa expressa a necessidade premente de fé e confiança em um futuro melhor, mesmo em um cenário onde reconhecer o outro parece uma tarefa quase impossível.
Uma mensagem de gratidão e esperança
O cardeal expressa sua gratidão pela constante atenção do Papa em temas relacionados à paz. Ele destaca a importância desse dia especial, que relembra a memória da Bem-Aventurada Virgem Maria Rainha. Assim como mencionado durante a Audiência Geral de 20 de agosto, onde o Pontífice fez um apelo para que os fiéis rezem pela paz na Terra Santa e na Ucrânia, a mensagem de Pizzaballa ecoa a necessidade de uma mudança genuína nos corações das pessoas.
Rezar, jejuar e manter a conexão com Deus
Pizzaballa destaca que a oração e o jejum são ações fundamentais para manter a atenção voltada para Deus em tempos de angústia. Ele salienta que não é a primeira vez que a comunidade cristã se compromete com dias de oração e jejum, que são imperativos para manter a esperança viva em um contexto de crise. Para Pizzaballa, a oração não deve ser considerada uma “fórmula mágica” para resolver problemas, mas sim um meio de transformação interna, capaz de abrir os corações diante da adversidade.
A oração como ferramenta de transformação
O Patriarca adverte sobre os perigos de encarar a oração de forma superficial, ressaltando que ela deve ser uma prática que mude os corações. Ao invés de gerar frustração, a oração deve incentivar a confiança e a disposição para realizar o bem, mesmo em um ambiente de hostilidade e divisão. “O coração deve permanecer sempre aberto à confiança,” afirma Pizzaballa, ressaltando que a força da oração é fundamental, especialmente na Terra Santa, onde a paz parece um conceito distante.
Resiliência em meio à devastação
Em um ambiente marcado pela violência, onde a palavra “paz” parece ter perdido seu significado, a oração e o jejum se tornam vitais para aqueles que sofrem. O cardeal Pizzaballa reflete sobre a maneira como, apesar da falta de institucionalidade e de apoio político, existem muitos indivíduos e grupos que acreditam na possibilidade de transformação. Ele destaca a importância da oração para criar laços entre pessoas de diferentes crenças que, mesmo diante do desespero, ainda encontram forças para acreditar na bondade humana.
A força invisível da comunidade cristã
“Cristo não está ausente de Gaza,” afirma Pizzaballa, reafirmando a presença e a força da comunidade cristã na região. Durante uma coletiva de imprensa com o Patriarca ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, o cardeal comentou sobre a resiliência da comunidade local, que continua a resistir e ajudar os necessitados, mesmo nas situações mais adversas. Ele menciona a importância da solidariedade, que é nutrida pela oração e pelo companheirismo, promovendo ações de auxílio, como a distribuição de alimentos e medicamentos.
Um chamado à oração pela paz
Conforme o dia de jejum se aproxima, a chamada de Pizzaballa ressoa não apenas na Terra Santa, mas em todo o mundo, como um convite à reflexão sobre a importância da oração em tempos desafiadores. Ele conclui lembrando que a preocupação constante com o que está por vir é uma realidade que não pode ser ignorada. “Estamos aqui, à espera de entender o que fazer,” finaliza o cardeal, expressando a incerteza que permeia a vida dos habitantes da região, mas mantendo viva a chama da esperança através da oração.
O dia de jejum e oração é, assim, um lembrete poderoso de que, apesar das dificuldades, a fé e a busca pela paz persistem entre aqueles que não desistem de acreditar em um futuro melhor.
