A inflação é um fator determinante na avaliação do governo e na intenção de voto do eleitorado. Com o recuo nos preços de alimentos como ovos e café, o presidente Lula tem visto sua popularidade se recuperar, sobretudo entre as faixas de renda mais baixa, mais sensíveis às variações nos preços de alimentos.
Inflração, alimento e impacto na popularidade de Lula
O Brasil possui um histórico de inflação elevada e rejeição aos seus picos, que se intensificam quando os alimentos pesam mais no orçamento do consumidor. Segundo dados recentes, o IPCA de julho apresentou forte retração nos preços de alimentos consumidos em casa, com uma queda de 6,9%, destacando-se a batata, que recuou 20%. Essa desaceleração ajuda a reforçar a avaliação positiva do governo, embora o índice ainda esteja acima da meta oficial.
O economista Fábio Romão, da 4Intelligence, aponta que a projeção para o aumento dos preços de alimentos no domicílio caiu de 7,5% para 6,1% em 2025, com expectativa de 8% para 2024. A redução do medo de uma escalada inflacionária ajuda na percepção de controle econômico, impulsionando a popularidade do presidente.
O impacto na política e as percepções do eleitorado
Mesmo assim, pesquisa recente da Genial/Quaest revela que os brasileiros têm mais medo de uma volta de Bolsonaro do que da reeleição de Lula; essa diferença se amplia. O atual cenário evidencia que as preocupações com a inflação e a estabilidade econômica ainda influenciam significativamente as intenções de voto.
O índice da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta semana, mostrou uma retração de 0,78% nos preços de alimentos em julho, o que reforça a tendência de queda nos valores, favorecendo o governo. Entretanto, a avaliação política ainda leva em consideração fatores além da economia, como erros cometidos pelo governo, que também impactam na popularidade de Lula.
Perspectivas e desafios futuros
Para consolidar essa melhora na popularidade, é fundamental que o controle da inflação seja mantido e que o governo atente às expectativas da população. A desaceleração atual deve contribuir para uma percepção de maior estabilidade, mas o combate a riscos inflacionários e a gestão de eventuais surpresas continuam essenciais para a continuidade do cenário favorável ao presidente.
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