O clima entre o Talleres e o Corinthians esquentou após declarações contundentes do presidente do clube argentino, Andrés Fassi. O dirigente não poupou críticas à equipe brasileira por conta de uma dívida de 5 milhões de dólares, equivalente a cerca de R$ 27 milhões, referente à aquisição do jogador Rodrigo Garro. Até o momento, segundo Fassi, o Alvinegro teria efetuado apenas a primeira parcela do acordo assinado.
A revolta de Fassi
Em uma entrevista ao UOL, Fassi expressou sua indignação com a situação, afirmando que o Corinthians, com um jogador talentoso como Garro, não pode estar na primeira divisão enquanto deixa dívidas pendentes. “Não pagaram mais do que a primeira parcela. É uma vergonha terem o melhor 10 do Brasil jogando dois anos sem pagar. Esses clubes não deveriam estar na primeira divisão”, enfatizou.
O presidente do Talleres ainda comparou a situação com algumas ligas europeias, sugerindo que a falta de pagamento deveria resultar em rebaixamento, tal qual acontece na Itália. Ele completou sua fala com uma crítica ao que considera uma falta de responsabilidade por parte de dirigentes brasileiros, expressando sua preocupação com a reputação do clube argentino, que ele considera extraordinário.
A expectativa por punições
O Talleres atualmente aguarda uma decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) sobre o caso. Fassi acredita que o Corinthians pode enfrentar novas sanções devido à dívida pendente. “O TAS/CAS tem seu tempo e confiamos na sua decisão, no seu processo e nos seus critérios”, declarou o mandatário.
No momento, o Corinthians já se encontra em uma situação delicada, enfrentando um transfer ban por causa de uma dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna, também relacionada a contratações. O clube brasileiro está em negociação para resolver essa pendência, mas Fassi deixou claro que não há espaço para qualquer tipo de negociação com o Corinthians. “O prejuízo econômico e esportivo pela falta de pagamento foi irreparável para o Talleres. Confiamos e fomos decepcionados”, afirmou.
A repercussão no Brasil e na Argentina
A situação gerou um forte impacto tanto no Brasil quanto na Argentina. Torcedores e especialistas no assunto vêm acompanhando de perto o desenrolar do caso, já que se trata de um jogador que se destacou nas competições. A fala de Fassi busca não apenas pressionar o Corinthians, mas também lançar luz sobre uma prática recorrente no futebol: as dívidas de clubes e suas consequências para o cenário esportivo.
Com a crescente atenção sobre a gestão financeira dos clubes, as declarações de Fassi também levantam um debate sobre a saúde financeira do futebol brasileiro, em especial em um momento onde clubes tentam se reerguer após complicações financeiras agravadas pela pandemia.
Assim, novas regras, regulamentos e práticas de governança serão cada vez mais necessárias para evitar que situações como essa se repitam.
Enquanto a torcida do Corinthians espera por uma solução rápida e definitiva, o futuro de Rodrigo Garro parece cada vez mais incerto, amarrado à capacidade do seu clube de resolver pendências financeiras urgentes. A pressão sobre a equipe é intensa, e Fassi deixou claro que sua paciência se esgotou.
Resta agora aguardar os desdobramentos deste caso que, para muitos, simboliza os desafios enfrentados por clubes brasileiros no cenário atual do futebol.