O blogueiro Allan dos Santos gerou controvérsia ao criticar a atuação da Polícia Federal (PF) em postagens recentes feitas em uma de suas contas na plataforma X. Após a divulgação de áudios comprometendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, Santos disparou palavras pesadas contra os agentes da PF, chamando-os de “criminosos” e insinuando que estariam cometendo crimes contra a pátria.
Postura difícil e reclamação contundente
Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos e é considerado foragido da Justiça brasileira, expressou sua indignação de forma clara. Em uma de suas postagens, lamentou que agentes da PF estivessem “vazando áudios privados” com o objetivo de “criminalizar gente inocente”. Santos acredita que isso é uma estratégia para diminuir a força política de Eduardo Bolsonaro, atualmente deputado federal pelo PL-SP.
“Esses agentes da Polícia Federal que ficam vazando áudio privado com o ÚNICO OBJETIVO de CRIMINALIZAR gente INOCENTE precisam ser tratados como CRIMINOSOS que cometem LESA PÁTRIA”, escreveu Santos. Ele se refere a uma onda de divulgacões que, segundo ele, busca enfraquecer figuras do conservadorismo brasileiro.
Ação imediata da PF
A crítica de Allan dos Santos à PF veio numa hora delicada, já que os ex-presidentes Jair Bolsonaro e seu filho foram indiciados sob a acusação de coação no curso do processo judicial e abolição do Estado Democrático de Direito. A PF também indiciou Santos, que enfrenta uma série de acusações.
Indiciamento e repercussão
O indiciamento de Allan dos Santos trata de as ações que ele tomou para continuar publicando conteúdos bloqueados por decisão judicial. Segundo a PF, ele tem criado reiteradamente novos perfis em redes sociais, mesmo após ter seus anteriores excluídos. Em um relatório, a polícia menciona que Santos, agora, já utilizou 47 perfis diferentes na plataforma X, numa tentativa de frustrar a efetividade da ordem judicial. A PF identificou que ele ainda continua incitando práticas ilegais, promovendo teorias da conspiração e atacando instituições e figuras públicas.
O relatório produzido pela Polícia Federal foi então encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), que tem um período de 15 dias para decidir se irá ou não apresentar uma denúncia. Essa determinação foi feita pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.
Reação de Allan dos Santos ao seu indiciamento
Após o indiciamento, Allan dos Santos não hesitou em se manifestar na plataforma X, onde expressou que não tem intenções de retornar ao Brasil tão cedo, afirmando que “está ocupado e sem vontade de vir ao Brasil”. Em tom provocativo, ele sugeriu que, se a PF realmente deseja sua prisão, que ele possa ser capturado onde se encontra.
Atualmente, Santos enfrenta a possibilidade de extradição, um pedido que foi feito pelo Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro. No entanto, até o momento, não houve nenhuma decisão por parte das autoridades americanas sobre seu status legal. A situação de Santos exemplifica a crescente tensão entre a figura do ex-presidente e sua base de apoiadores, assim como os desafios legais que muitos deles enfrentam atualmente.
Contexto político e judicial
A situação envolvendo Allan dos Santos e os indiciamentos de figuras proeminentes do bolsonarismo ressalta a complexidade do cenário político no Brasil. Com a PF atuando em questões sensíveis e polêmicas, a reação de Santos se insere em um contexto maior de disputas de poder e ações judiciais que buscam, segundo alguns, proteger as instituições democráticas do país.
Os desdobramentos desse caso ainda podem trazer novas reações e ações judiciais, uma vez que a definição da PGR pode impactar não apenas os acusados diretamente, mas também o ambiente político como um todo, criando fissuras ainda mais profundas no já conturbado cenário político brasileiro.