Brasil, 21 de agosto de 2025
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Campeã olímpica de boxe em Paris passará por teste de gênero antes do Mundial

A boxeadora Lin Yu-ting, campeã em Paris, enfrentará testes de gênero exigidos pela World Boxing antes do Mundial de Liverpool.

No mundo dos esportes, as discussões em torno de gênero tornaram-se um tema complexo e altamente debatido. Agora, a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, se encontra no centro de uma nova polêmica. A atleta passará por testes de gênero obrigatórios antes de competir no Campeonato Mundial de Boxe em Liverpool, que acontecerá entre 4 e 14 de setembro, conforme anunciado por sua treinadora, Tseng Tzu-chiang, em entrevista à AFP nesta quinta-feira.

Importância dos testes de gênero na competição

A implementação de testes de gênero pela World Boxing vem como parte de uma nova política que entrou em vigor no dia 21 de agosto de 2025. Segundo a entidade, todas as atletas acima de 18 anos que buscarem participar de competições organizadas precisam se submeter a um teste PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) para determinar seu sexo de nascimento. Esta medida gerou reações diversas, incluindo apoio e críticas, sendo um reflexo das tensões atuais sobre como gênero é tratado no esporte.

“Anunciaram que todos devem passá-los, então também passaremos”, declarou a treinadora Tseng, reafirmando que a equipe de Lin Yu-ting seguirá as regras estabelecidas pela organização para poder competir. Essa postura reforça a ideia de que, para os atletas, a conformidade às normas é essencial para participar das competições.

Experiência prévia de Lin e Khelif

Lin Yu-ting e a boxeadora argelina Imane Khelif não enfrentaram controvérsias durante sua participação nos Jogos Olímpicos de 2021, onde ambas não conseguiram conquistar medalhas. No entanto, a história tomou um rumo inesperado quando a Associação Internacional de Boxe (IBA) excluiu as duas das competições de 2023, sob a alegação de que não haviam passado nos testes de elegibilidade de gênero. Esta decisão foi amplamente criticada e considerada como um ataque à participação justa das atletas.

O Comitê Olímpico Internacional (COI), por sua vez, reverteu essa punição, permitindo que Lin e Khelif competissem em Paris, enfatizando que a exclusão foi resultado de uma “decisão repentina e arbitrária” por parte da IBA. Essa intervenção do COI foi um indicativo de que o assunto é complicado e ainda carece de uma abordagem mais justa e equilibrada.

Transparência e a nova norma da World Boxing

A nova política de testes de gênero que foi estabelecida pela World Boxing, embora necessária segundo as normas da organização, ainda levanta diversas questões sobre sua eficácia e moralidade. As críticas focam em como a situação impacta não apenas as atletas, mas também a natureza inclusiva do esporte.

Embora Lin e Khelif tenham enfrentado desafios significativos, vale ressaltar que nem as duas boxeadoras são mulheres transgênero. Ambas nasceram e cresceram como mulheres, como está registrado em seus passaportes, o que levanta ainda mais questões sobre a necessidade desses testes para atletas que se identificam com o gênero feminino. A questão da identidade de gênero no esporte torna-se um campo de debate cada vez mais complexo e relevante, especialmente com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028, onde a World Boxing será responsável pela organização das competições de boxe.

O futuro do esporte e as regras de participação

Enquanto a comunidade esportiva aguarda os resultados dos testes de Lin Yu-ting e o desenrolar dessa nova política, é evidente que a conversa sobre gênero e inclusão no esporte está longe de um consenso. As reações e impactos dessas políticas podem moldar não apenas o futuro das competições, mas também a visibilidade e aceitação de atletas de diferentes identidades de gênero no mundo dos esportes.

Lin Yu-ting, um ícone do boxe, continua a ser uma figura central nesta discussão. À medida que a data do Campeonato Mundial se aproxima, as expectativas são altas, tanto para o desempenho da atleta quanto para o debate em curso sobre justiça e inclusão nas práticas esportivas. A história de Lin será observada com atenção e poderá servir como um marco para futuras políticas e decisões dentro do boxe e de outros esportes ao redor do mundo.

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