O mercado financeiro brasileiro abriu a sessão desta quinta-feira (21) com o dólar em alta, impulsionado pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, pela Polícia Federal. A moeda americana avançava 0,25%, cotada a R$ 5,487 às 9h05, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa, iniciava seus negócios às 10h.
Investidores de olho no cenário político e internacional
O indiciamento de Bolsonaro e Eduardo está ligado a uma tentativa de coação a autoridades envolvidas na investigação sobre um possível golpe de Estado. A decisão, que ocorre em meio a tensões entre o STF e os Estados Unidos, também pode afetar a relação bilateral, especialmente após críticas do presidente norte-americano, Donald Trump, à Justiça brasileira.
Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando a medida ao julgamento em que Bolsonaro é réu. Essas tensões adicionam volatilidade ao cenário político e econômico do Brasil, com as expectativas de novas movimentações na cena internacional também influenciando o mercado.
Desempenho dos indicadores e cenário externo
Reflexos no mercado financeiro
O dólar acumula alta de 1,38% na semana, com um recuo de 2,28% no mês, e uma queda de 11,44% no acumulado do ano. Já o Ibovespa, por sua vez, registra uma variação positiva de 11,96% no ano, embora tenha caído 1,23% na semana e subido 1,20% no mês.
A queda no setor bancário na quarta-feira, por conta de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu bancos de atenderem ordens de tribunais estrangeiros sem autorização do STF, também afetou o índice. Ainda assim, hoje, a maioria das ações de bancos retomou suas altas, como Banco do Brasil (+0,51%), Santander (+2,08%) e Itaú (+0,17%).
Contexto político interno e pesquisas eleitorais
A pesquisa Quaest divulgada nesta quinta mostra que a aprovação ao governo Lula subiu para 46%, contra 43% em julho. A desaprovação caiu para 51%, de 53%. Esse cenário indica uma melhora na avaliação da gestão federal, apesar das turbulências políticas atuais.
Dados econômicos e acontecimentos internacionais
Além do mercado doméstico, a semana traz novidades internacionais, como a publicação da ata do Federal Reserve, que mostra divergências entre membros do banco central dos EUA quanto à manutenção ou redução das taxas de juros. Os investidores também monitoram o Simpósio de Jackson Hole, que reúne banqueiros centrais de diversos países, incluindo o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, nesta sexta-feira.
No exterior, os principais mercados mundo afora apresentam variações moderadas, com destaque para as bolsas asiáticas, que fecharam em alta, enquanto Wall Street opera em queda. A tensão geopolítica e as decisões de política monetária continuam a ser fatores de instabilidade nos mercados globais.
Impactos e expectativas para o cenário brasileiro
A crise política, junto com as incertezas externas, mantém o mercado atento às próximas movimentações do governo e do Banco Central. As apostas de queda ou estabilidade nas taxas de juros, aliadas ao cenário eleitoral de 2026, prometem continuar a influenciar a cotação do dólar e o desempenho do índice acionário brasileiro nos próximos meses.