Em uma triste reviravolta na história de violência jovem, Fabrício Silva dos Santos foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua namorada, Leidiane Vitória Cristo de Souza, de apenas 15 anos. O crime ocorreu em Salvador no dia 9 de maio de 2024 e a decisão do júri popular foi anunciada na última quarta-feira, 21.
Circunstâncias do crime
O trágico incidente aconteceu na residência de Fabrício, onde Leidiane tentava visualizar mensagens no celular do namorado. Na ocasião, ela havia levado a filha do casal, uma bebê de apenas oito meses, para o banheiro. Durante a discussão, o jovem, que na época tinha 19 anos, disparou contra a adolescente, que caiu e sofreu um corte na cabeça ao bater no vaso sanitário. A bebê também caiu e teve escoriações leves, mas sobreviveu ao incidente.
Justificativa do réu e investigação sobre tráfico de drogas
Após fugir do local do crime, Fabrício foi capturado cerca de uma semana depois e, em depoimento à polícia, alegou que seu ato foi motivado por ciúmes. A servidora organizacional da Polícia Civil revelou que o suspeito estava sendo investigado por sua possível ligação com o tráfico de drogas na área de Santa Mônica, onde o crime ocorreu.
Histórico de agressões contra Leidiane
Informações relacionadas ao relacionamento de Leidiane e Fabrício reacendem preocupações sobre violência doméstica entre jovens. A mãe de Leidiane, Lilian Castro, relatou que tentou alertar a filha sobre o comportamento abusivo do namorado. “A gente não aceitava ela com ele, mas ela dizia que o amava. Falei que isso não era amor, que ele não gostava dela; mas ela estava cega pelo amor”, lamentou.
Infelizmente, relatos de agressões físicas também surgiram. Segundo a mãe, Leidiane frequentemente aparecia em casa com marcas de violência, mas negava que Fabrício era o autor, possivelmente por medo de retaliação. Embora a adolescente tenha tentado terminar o relacionamento várias vezes, ela acabava reatando após receber ameaças de Fabrício. “Ela dizia que não ia voltar, mas ele insistia que iria a matar se não voltasse. E, infelizmente, ele cumpriu”, afirmou Edenilton Souza, pai da vítima.
A importância de discutir a violência entre jovens
Agora, pais, educadores e sociedade em geral enfrentam o desafio de lidar com a questão da violência no namoro, especialmente entre os jovens. O caso de Leidiane é um reflexo da necessidade de discutir abertamente esses temas e proporcionar suporte emocional e psicológico para adolescentes que possam estar em relacionamentos abusivos. Programas de conscientização nas escolas e campanhas que incentivem jovens e suas famílias a dialogar sobre relacionamentos saudáveis são imprescindíveis para prevenir novos casos de tragédias como esta.
O papel da sociedade na prevenção
A sociedade precisa estar atenta e preparada para atuar em casos de violência juvenil. É fundamental que vítimas de relacionamentos abusivos encontrem um espaço seguro para compartilhar suas experiências e recebam apoio. O trabalho de organizações não-governamentais e grupos de apoio é essencial, oferecendo recursos como terapia, grupos de discussão e aplicativos de apoio que ajudam no reconhecimento de sinais de abuso.
Além disso, a participação de instituições, como as escolas e as forças de segurança, é vital para ajudar a prevenir e combater relacionamentos abusivos entre os jovens. O caso de Leidiane não deve ser esquecido, mas servir como um importante alerta e motivação para a mudança social.
O luto de Leidiane não é apenas uma perda pessoal, mas um chamado à ação para toda a sociedade. Que essa história inspire mudança e compaixão, e que possamos trabalhar juntos para garantir que nenhuma outra jovem tenha que passar pelo que Leidiane e tantas outras passaram.
**Fontes:** G1 Bahia | Polícia Civil
