Durante encontro no Washington, D.C., na última segunda-feira, a interação entre Presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy chamou atenção por sinais não verbais de poder, respeito e resistência, conforme análise de experts. A relação foi marcada por gestos que revelam a complexidade da comunicação entre os líderes, especialmente em um momento delicado de relações internacionais.
Gestos de dominância de Trump com Zelenskyy
Segundo especialistas, as ações de Trump durante a visita demonstram uma busca por controle e autoridade. Traci Brown, treinadora de linguagem corporal, observou que o gesto do “punho fechado” foi uma tentativa de afirmar força, indicando uma predisposição para confronto. “Ele se posiciona como alguém que quer estar no comando, com gestos que aproximam Zelenskyy da sua esfera de influência”, explicou.
Outro movimento notório foi o puxão de Zelenskyy em direção a Trump, considerado por Brown como uma demonstração inconsciente de poder de Trump sobre o outro. “Trump tenta mover Zelenskyy à sua vontade, enquanto o presidente ucraniano tenta manter sua independência, permanecendo firme na postura”, disse a especialista.
Gestos condescendentes e sinais de resistência de Zelenskyy
De acordo com Karen Donaldson, especialista em comunicação, Zelenskyy mostrou resistência ao responder com uma postura equilibrada e mãos entrelaçadas de forma confortável, sinalizando segurança. “Ele tentou exercer um controle sutil ao colocar sua mão por cima da de Trump durante o aperto de mãos, uma estratégia de afirmação de autoridade”, afirmou.
Enquanto isso, a reação de Zelenskyy às tentativas de Trump de puxá-lo para perto também revelou uma disputa por domínio. “Ele segurou a mão de Trump em uma posição de topo, como uma resistência silenciosa a tentar ser puxado para o seu lado, mantendo uma postura de batalha”, acrescentou Wood. Mesmo assim, a calma de Zelenskyy em momentos de tensão demonstra sua capacidade de manter o controle emocional perante a assertividade do adversário.
Gestos de Trump: confiança ou condescendência?
Donald Trump, por sua vez, mostrou gestos de autoconfiança, como o gesto da “steepling” — união das mãos em forma de torre — símbolo de segurança. Patti Wood, especialista em linguagem corporal, interpreta isso como um sinal de domínio e segurança, especialmente em uma situação formal de alta pressão. O gesto do “fist pump” também foi entendido como uma manifestação de solidariedade, mas carregada de simbolismo de força.
Além disso, o contato físico de Trump com Zelenskyy, especialmente ao tocar seus ombros de forma patronizante, foi classificado por Dudley como uma tentativa de inferiorizar o adversário, em uma postura paternalista. “Trump demonstrou mais controle ao se aproximar de Zelenskyy, reforçando a assimetria de poder na relação”, completou.
Contexto de resistência e aliados silenciosos
Apesar do clima de confrontamento, Zelenskyy mostrou sinais de resistência através de sua postura calma e controle corporal. Donaldson destacou que seu posicionamento, com mãos entrelaçadas e postura ereta, reforça sua disposição de manter sua autonomia durante toda a interação.
Enquanto os gestos evidenciam uma dinâmica de poder carregada de nuances, eles também revelam estratégias de ambos os lados — Trump, com sinais de domínio e confiança, e Zelenskyy, com atos de resistência que demonstram sua intenção de não se deixar dominar completamente.
A análise da linguagem corporal, portanto, traz à tona aspectos além das palavras, ilustrando a complexa dança de poder e resistência presente na relação entre os dois líderes durante o encontro no Brasil.