Brasil, 21 de agosto de 2025
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Polícia reconstitui crime de feminicídio envolvendo estudante em SP

Após 68 dias do desaparecimento de Carmen, a reconstituição do crime ocorre no dia 20 de agosto em um sítio que revela versões contraditórias.

O caso da estudante transexual Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, tem mobilizado a cidade de Ilha Solteira, SP, desde seu desaparecimento em 12 de junho, quando deixou de ser vista após uma prova na Universidade Estadual Paulista (Unesp). A busca incessante por respostas ganhou novos contornos com a reconstituição do crime marcada pela polícia, prevista para ocorrer no dia 20 de agosto no sítio do principal suspeito, Marcos Yuri Amorim.

Desaparecimento e suspeitos

O desaparecimento de Carmen gerou grande comoção, especialmente entre seus familiares. Há cerca de 60 dias, o pai de Carmen, Gerson Romualdo Alves, comparece diariamente à delegacia em busca de notícias sobre a filha. Ele enfatiza a necessidade de encontrar o corpo para permitir que a família possa dar o devido luto e afirma que a espera tem sido extremamente dolorosa.

A polícia já identificou como principais suspeitos o namorado da vítima, Marcos Yuri, e o policial militar ambiental Roberto Carlos Oliveira, ambos presos temporariamente. A relação entre eles seria crucial para entender o contexto do crime, apontando para um possível triângulo amoroso.

Versões contraditórias agravando o mistério

Na última atualização do caso, os depoimentos dos suspeitos adquiriram um tom dramático e contraditório. Marcos Yuri confessou que Carmen foi morta em seu sítio, mas indicou Roberto Carlos como o autor do feminicídio, o que levou à crescente complexidade da investigação.

Gerson, o pai de Carmen, acredita que a verdade resida em uma cumplicidade entre os dois, evidenciando a falta de unidade nas declarações feitas, que mais parecem uma tentativa de desviar a responsabilidade.

Investigação e provas tangíveis

O delegado responsável, Miguel Rocha, destacou a veracidade de que Carmen está morta e que o crime foi efetivamente cometido. Provas encontradas na cena do crime, incluindo vestígios de sangue e uma lona que, segundo os relatos, foi utilizada para descartar o corpo, são evidências concretas que fortalecem a acusação contra os suspeitos.

O uso do reagente químico luminol durante a perícia permitiu que a polícia identificasse vestígios ocultos de sangue, evidenciando a brutalidade do ato. A análise dos materiais encontrados no sítio aponta para um planejamento que foi além de um simples ato de violência impulsiva, sugerindo uma motivação profunda que envolve tanto a pressão emocional quanto questões criminosas que Carmen poderia ter descoberto sobre seu namorado.

Motivações por trás do crime

A investigação sugere que Carmen pressionava Marx para que ele assumisse o relacionamento de forma pública e também havia encontrado indícios de crimes cometidos por ele, os quais foram documentados em um dossiê que foi posteriormente deletado.

O que intensifica a dor da família é o fato de que a relação entre a estudante e seu namorado era uma dinâmica complexa, entrelaçada com segredos e ameaças. Segundo depoimentos, Carmen teria ameaçado Marcos com uma faca durante uma discussão sobre o relacionamento, evidenciando a tensão que existia entre eles antes do trágico desfecho.

Cronologia do caso e busca por justiça

O desaparecimento de Carmen não apenas chocou a comunidade universitária, mas também trouxe à tona questões maiores sobre a violência contra as mulheres e, em particular, a violência contra pessoas pertencentes à comunidade LGBTQIA+. O caso será tratado sob o espectro de feminicídio, refletindo um problema social que demanda uma resposta contundente das autoridades.

Como parte das investigações, a polícia reconstitui fatos no sítio de Marcos Yuri, onde os detalhes do crime serão reavaliados. Enquanto isso, Gerson continua sua luta por justiça, determinado a não deixar que a memória de sua filha seja esquecida.

As próximas etapas da investigação incluem a análise de novos depoimentos e a conclusão do inquérito até setembro. A comunidade aguarda ansiosamente por respostas, enquanto a história de Carmen não deve ser somente mais uma estatística, mas um chamado à ação contra a impunidade.

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