Brasil, 21 de agosto de 2025
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CPMI do INSS pode afetar recuperação da popularidade de Lula

A CPMI do INSS se torna um obstáculo à crescente aprovação do presidente Lula, que enfrenta escândalos e críticas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está observando um sinal de recuperação em sua popularidade eleitoral, apesar de a desaprovação ainda superar a aprovação. Contudo, a recém-instaurada Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) voltada para investigar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode representar um empecilho à melhoria da imagem do atual mandatário do Palácio do Planalto.

Primeiras derrotas e reações

A primeira derrota do governo Lula na CPMI do INSS ocorreu logo na sua instalação, quando os opositores conseguiram eleger tanto o presidente quanto o relator da comissão. Esse resultado trouxe um desgaste significativo ao governo, levando Lula a se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Em complemento, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou os líderes da base no Congresso Nacional para discutir estratégias sobre como lidar com a situação.

Escândalo do INSS

  • O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
  • Os dados apontam que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade dos aposentados disparou, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações enfrentam milhares de processos por fraudes relacionadas às filiações dos segurados.
  • As reportagens resultaram em inquérito pela Polícia Federal (PF) e alimentaram as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, levando a demissões no comando do INSS e na pasta da Previdência, sob responsabilidade de Carlos Lupi.
  • Após solicitações da Advocacia-Geral da União (AGU), a Justiça Federal também determinou novos bloqueios de bens de empresas e sócios investigados, resultando em um total bloqueado de R$ 119 milhões.
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Consequências e mudanças

Para presidir a CPMI, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), havia indicado o senador Omar Aziz (MDB-AM). Entretanto, o cargo foi preenchido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG). Na relatoria, Hugo Motta sugeriu o nome do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), mas o relator efetivamente escolhido foi Alfredo Gaspar (União Brasil-AL).

O escândalo do INSS representado pelo Metrópoles é um dos maiores desafios do terceiro governo Lula. As investigações alegam que muitos segurados tiveram descontos fraudulentos em seus benefícios. Uma recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada em junho, revelou que 31% dos entrevistados consideram o governo Lula responsável pelo desvio de recursos descontados de aposentadorias e pensões.

Impactos na popularidade de Lula

A instalação da CPMI do INSS ocorre em um momento em que o presidente Lula tem visto um aumento em sua avaliação pública. Um novo levantamento da Genial/Quaest, divulgado em 20 de agosto, indica que a aprovação do governo petista chegou a 46%. Esse crescimento ocorre em paralelo ao momento em que Lula tem adotado uma postura mais firme diante das pressões do presidente dos EUA, Donald Trump, que estabeleceu uma alíquota de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros.

Quanto ao INSS, o presidente tem buscado minimizar os danos à imagem do governo. Imediatamente após as operações da PF, o governo determinou o afastamento do presidente do INSS e a troca do ministro da Previdência, priorizando o ressarcimento de valores que foram descontados de maneira ilegal.

As consequências da CPMI do INSS podem ser significativas para o governo Lula, que precisa equilibrar suas estratégias para evitar um retrocesso na aprovação e continuar a responder às necessidades da população.

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