Brasil, 21 de agosto de 2025
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Tarifa americana para aço e alumínio: novidades e impactos para o Brasil

Governo brasileiro celebra avanço nas tarifas dos EUA, mas destaca a necessidade de diálogo para reduzir tensões comerciais

O governo brasileiro comemorou uma mudança nas tarifas dos Estados Unidos, que passou a incluir produtos derivados de aço e alumínio na seção 232, equiparando-se ao restante do mundo. A alteração, anunciada pelo Departamento de Comércio americano, representa uma redução na desvantagem competitiva do Brasil e ocorre após negociações diplomáticas em andamento. Apesar do andamento positivo, as autoridades ressaltam a importância de continuar o diálogo para solucionar questões pendentes e fortalecer a relação comercial entre as duas nações.

Novidade no tarifaço americano e seus efeitos para o Brasil

Geraldo Alckmin, ex-vice-presidente e atual conselheiro de assuntos comerciais, explicou que a inclusão de produtos derivados de aço e alumínio na seção 232 equipara o Brasil ao restante do mundo, com exceção do Reino Unido. Isso significa que cerca de 6,4% das exportações brasileiras para os EUA, equivalentes a aproximadamente US$ 2,6 bilhões, agora enfrentam tarifas iguais às de outros países, o que melhora a competitividade brasileira.

Dados sobre impacto nas exportações e setores afetados

Atualmente, 45% das exportações brasileiras aos EUA estão livres de tarifas, enquanto cerca de 15% encontram-se na seção 232, com tarifas de 50%. Outros produtos, como automóveis e autopeças, sofrem tarifas de 25%, elevando o impacto para setores industriais e agrícolas, incluindo carne, frutas, mel e máquinas. Algumas exportações, especialmente de produtos com alta dependência do mercado americano, continuam vulneráveis às tarifas elevadas.

Contexto econômico e negociações em andamento

Alckmin destacou que o Brasil mantém uma trajetória de crescimento no comércio bilateral, com exportações crescendo 4,2% de janeiro a julho deste ano para os EUA. Além disso, reforçou que o déficit americano com o resto do mundo é maior, enquanto o Brasil apresenta superávit crescente, o que desfaz o argumento de que o país seja uma ameaça econômica aos norte-americanos.

Diálogo com os Estados Unidos

Apesar das dificuldades, o ministro disse que as conversas com representantes norte-americanos continuam pelos canais institucionais e técnicas. A expectativa é de que seja possível avançar em propostas que promovam maior complementaridade econômica, incluindo redução de tarifas, acordos de não bitributação e investimentos recíprocos.

Perspectivas futuras e ações do Brasil

Alckmin reforçou que o país não descarta negociações mais aprofundadas, inclusive com o governo Trump, quando o quadro estiver mais favorável. Além disso, destacou estratégias de diversificação de mercados, participação em acordos comerciais como Mercosul-Singapura e Mercosul-EFTA, e a importância de fortalecer relações diplomáticas e comerciais.

Ele também criticou a ausência de sinais concretos de redução das tensões pelos EUA e sublinhou a necessidade de manter o diálogo, buscando uma relação baseada em interesses e na defesa dos setores produtivos brasileiros. Segundo o ex-vice-presidente, o Brasil é autônomo e possui recursos estratégicos para sustentar sua soberania econômica, mas reforça que o objetivo é facilitar e ampliar suas exportações, sobretudo diante dos obstáculos tarifários e políticas comerciais agressivas dos EUA.

Para o especialista, a melhora nas tarifas é um passo importante, mas o percurso ainda requer esforço diplomático e ações internas para fortalecer a competitividade brasileira. O governo promete continuar negociando e usando todos os canais para resolver pendências e evitar o impacto negativo sobre setores essenciais da economia nacional.

Fonte: Jornal O Globo

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