Brasil, 21 de agosto de 2025
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Polícia Federal investiga Jair Bolsonaro por omissão em depoimento

A PF identificou que ex-presidente ocultou informações sobre transferências a familiares, o que pode impactar inquérito em curso.

A Polícia Federal (PF) está em meio a uma intensa investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro. A análise dos depoimentos prestados no Inquérito 4.995 revelou que Bolsonaro omitiu informações cruciais relacionadas a transferências financeiras feitas ao filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, e à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Esse inquérito visa apurar a suposta obstrução do parlamentar em relação a investigações sobre organização criminosa e ameaça à democracia no Brasil.

A omissão nos repasses

Em depoimento, Jair Bolsonaro admitiu apenas ter transferido R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro. No entanto, novas evidências coletadas durante a investigação indicaram que este não foi o único repasse financeiro realizado. Além do montante mencionado, outros valores foram movimentados, levantando suspeitas sobre as verdadeiras intenções por trás dessas transações.

O relatório da PF destaca que, em uma das transferências, realizada no dia 4 de junho de 2025, Jair Bolsonaro enviou R$ 2 milhões à esposa, Michelle, apenas um dia antes de ser interrogado. Essa manobra financeira está sendo analisada como uma tentativa de evitar possíveis bloqueios judiciais, já que ambos os envios de valores ocorreram em datas muito próximas.

Repasses a Eduardo Bolsonaro

A quebra de sigilo bancário revelou que, desde o início de 2025, Jair Bolsonaro efetuou um total de seis transferências para Eduardo Bolsonaro, totalizando aproximadamente R$ 111 mil. Porém, a transação mais significativa ocorreu em 13 de maio de 2025, quando R$ 2 milhões foram transferidos diretamente à conta do filho.

Após a transferência, Eduardo realizou uma operação de câmbio no valor de R$ 1.661.835,76, enviando o montante para uma conta no Wells Fargo Bank, nos Estados Unidos, alegando tratar-se de uma doação do pai. Ademais, parte do dinheiro transferido foi passado à esposa de Eduardo, Heloísa Bolsonaro, em valores que somam R$ 200 mil, movimentações que também ocorreram em datas próximo ao depoimento de Jair Bolsonaro à PF.

Operações em espécie e câmbio realizados por Jair Bolsonaro

O relatório da PF ainda revela que entre janeiro e julho de 2025, Jair Bolsonaro realizou 40 saques em dinheiro vivo, totalizando R$ 130.800,00. Essa movimentação em espécie, somada à compra de moeda estrangeira, levantou preocupações sobre a forma como o ex-presidente estava lidando com suas finanças.

Durante uma ação de busca e apreensão na residência do ex-presidente, a PF encontrou a quantia de US$ 13.400,00 em espécie, além de comprovantes de operações de câmbio que somavam US$ 6.000,00, realizadas em dinheiro. A soma dessas operações sugere que Jair Bolsonaro estava envolvendo-se em atividades financeiras que podem ser indicativas de irregularidades.

Indiciamentos e detalhes do caso

Na última quarta-feira (20/8), a Polícia Federal indiciou tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro, imputando-lhes os crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Esse caso está inserido na Ação Penal nº 2668, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Além de Jair e Eduardo Bolsonaro, o processo ainda inclui outros seis réus, que enfrentam acusações relacionadas a organização criminosa, tentativas de golpe e restrições ao funcionamento dos poderes constitucionais. Esse cenário tumultuado levanta questões sérias sobre a integridade das pessoas que ocuparam posições de liderança no Brasil.

À medida que a investigação avança, o público brasileiro aguarda ansiosamente por novos desdobramentos e esclarecimentos sobre as ações dos envolvidos, especialmente em um momento onde a confiança nas instituições democráticas é primordial.

Este caso continua a ser uma das complexas frentes de investigação que envolve a administração de Jair Bolsonaro, e seus desfechos podem impactar o futuro político do ex-presidente e de sua família.

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