Brasil, 21 de agosto de 2025
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Transferência suspeita de R$ 2 milhões de Bolsonaro à Michelle é investigada

A Polícia Federal revela movimentações financeiras atípicas do ex-presidente Jair Bolsonaro, antes de depoimento ao STF.

A Polícia Federal (PF) entregou um relatório revelador ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que o ex-presidente Jair Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões para a conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, exatamente um dia antes de ser interrogado pela corporação. A operação, ocorrida em 21 de fevereiro de 2024, gerou preocupações sobre possíveis tentativas de ocultação de bens, em meio a pressões crescentes sobre o ex-presidente, que já enfrentava investigações pela tentativa de golpe de Estado.

Contexto das investigação e a transferência

De acordo com os investigadores, a transferência de valores estava diretamente relacionada ao temor de bloqueios judiciais de patrimônio, uma vez que Bolsonaro já era alvo de pedidos de medidas cautelares. As autoridades destacam que esse movimento financeiro, que ocorreu em um momento crítico, reforça a suspeita de que o ex-presidente adotou estratégias para proteger seus bens. A PF afirma que a transferência, além de alarmante por sua timing, carecia de justificativas claras, especialmente em um momento tão delicado para Bolsonaro.

O relatório destaca ainda que Jair Bolsonaro omitiu informações cruciais à PF durante seu depoimento no inquérito 4.995/DF. De acordo com a investigação, além dos R$ 2 milhões transferidos para Michelle, outros valores foram repassados a Eduardo Bolsonaro, sem que uma justificativa adequada fosse apresentada. Essa omissão levanta questões sobre a transparência e a legalidade das transações feitas pelo ex-presidente, que se vê cercado por indícios de que procura ocultar bens em meio às investigações.

Ações da Polícia Federal e as implicações legais

Em um desdobramento preocupante, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação a autoridades responsáveis pela ação penal relacionada ao suposto golpe de Estado. O relatório da PF articula evidências de que ambos tentaram interferir no processo judicial em que Bolsonaro é réu. Essa coação é considerada grave, uma vez que posições institucionais estão diretamente em jogo, afetando a estrutura democrática do país.

Além disso, as ações dos Bolsonaros foram caracterizadas pela PF como indícios de tentativa de abolição do Estado democrático de direito. O relatório destaca que o comportamento do ex-presidente e do deputado pode ter como foco desestabilizar instituições democráticas, como o STF e o próprio Congresso Nacional. Essa situação gera um clima de tensão política, que pode refletir na condução das investigações e na resposta das instituições brasileiras.

Mensagens e estratégias de ocultação

A PF obteve acesso a mensagens trocadas em um celular apreendido com Jair Bolsonaro, que revelam uma “intensa produção e propagação de mensagens” dirigidas às redes sociais, em desrespeito a despachos cautelares impostos anteriormente. Essa atividade sugere um esforço deliberado para contornar as regras e as investigações em andamento, o que contribui ainda mais para a construção de um cenário que agrava a situação do ex-presidente.

As movimentações financeiras suspeitas e a complexidade das ações de Jair e Eduardo Bolsonaro se tornam indicadores alarmantes de uma possível articulação com o objetivo de confundir as investigações e proteger bens. A pesquisa da PF se intensifica à medida que novos elementos vão surgindo, trazendo à tona uma trama que potencialmente desestabiliza a confiança nas instituições democráticas do Brasil.

Ao se aproximar de um desfecho para esta investigação, a sociedade brasileira continua a acompanhar de perto os desdobramentos que envolvem as figuras mais proeminentes da política nacional, questionando a transparência e a responsabilidade dos líderes em situações de crise.

Com as informações apresentadas pela Polícia Federal, o futuro do ex-presidente e das investigações ainda é um mistério, mas a pressão sobre as autoridades para garantir a justiça e a ordem constitucional permanece intensa.

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