O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem se engajado em uma impressionante série de aquisições de títulos desde que assumiu o cargo em janeiro, investindo em dívidas emitidas por autoridades locais, distritos de gás e grandes corporações americanas. Essa informação foi revelada em documentos divulgados recentemente pelo Escritório de Ética do Governo dos EUA (OGE).
A aquisição de títulos em números
Os registros apresentados no OGE, datados de 12 de agosto, detalham um total de 690 transações realizadas desde a posse de Trump. Segundo cálculos da CNBC, o valor total dessas aquisições chega a pelo menos US$ 100 milhões, assumindo-se o menor valor listado para cada transação divulgada.
Por lei, o presidente dos EUA, o vice-presidente e outros funcionários selecionados devem declarar periodicamente “transações reportáveis” ao OGE, embora o valor exato dessas transações não precise ser informado. Os documentos mostram que, ao longo de 2025, Trump comprou títulos emitidos por diversas entidades, incluindo governos locais nos EUA, distritos de gás, distritos de abastecimento de água, autoridades hospitalares e conselhos escolares.
Empresas de destaque no portfólio de Trump
Entre as empresas cujos títulos agora pertencem a Trump estão gigantes conhecidas como T-Mobile, United Health e Home Depot, todos adquiridos no início de fevereiro. No final do mês, ele também adquiriu dívidas emitidas pela empresa-mãe do Facebook e Instagram, Meta, no valor de entre US$ 250 mil e US$ 500 mil.
Essas transações suscitam preocupações, uma vez que algumas dessas empresas foram impactadas diretamente pelas políticas do presidente ou por seus negócios.
A situação financeira de Trump
Atualmente, o patrimônio líquido de Trump é avaliado em US$ 5,5 bilhões, de acordo com a Forbes. Em 2020, no último ano de seu primeiro mandato como presidente, seu patrimônio era de US$ 2,1 bilhões, segundo a mesma fonte. A Forbes descreveu os anos entre seus dois mandatos como “os mais lucrativos da história americana pós-presidencial”, devido a uma série de empreendimentos voltados para seus apoiadores.
Acusações de conflito de interesse
Rivais políticos de Trump já o acusaram de múltiplos conflitos de interesse durante sua presidência. Sob a legislação federal, o presidente e o vice-presidente estão isentos de algumas regulamentações relacionadas a conflitos de interesse entre oficiais federais. Entretanto, segundo o grupo de vigilância sem fins lucrativos Citizens for Responsibility and Ethics in Washington, todos os presidentes modernos antes de Trump optaram por se desvincular de seus interesses comerciais antes de assumir o cargo.
A situação atual levanta questões sobre a transparência e a ética no governo, especialmente em relação ao potencial impacto das políticas do presidente nas empresas nas quais ele investe. A ausência de uma resposta imediata da Casa Branca quanto às aquisições feitas por Trump gera ainda mais especulações sobre seus interesses financeiros.
Com essas transações em grande escala, Trump continua a ser uma figura polarizadora, exemplificando como a intersecção entre política e finanças pode levantar preocupações sobre a integridade e a administração pública nos Estados Unidos.
