Israel deu início na última quarta-feira a uma nova fase de sua ofensiva em Gaza Cidade, após aprovar um plano que prevê a mobilização de 60 mil reservistas para uma operação militar ampliada no enclave palestino sitiado. Essa decisão marca um aumento significativo na escalada do conflito, que já deixou uma grave crise humanitária na região.
A ofensiva e suas implicações
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Effie Defrin, informou aos repórteres que as ações iniciais da ofensiva já estão em andamento e que tropas israelenses ocupam posições nas imediações de Gaza Cidade. Ele declarou: “Vamos intensificar os ataques ao Hamas em Gaza Cidade, o reduto político e militar da organização terrorista”.
Para minimizar o impacto sobre os civis, o governo israelense afirma que notificará a população para permitir uma evacuação. “Continuamos permitindo a ajuda humanitária para os residentes da Faixa de Gaza e estamos até expandindo isso, com novos pontos de distribuição de ajuda central”, afirmou Defrin.
Enquanto isso, a pressão internacional por um cessar-fogo com o Hamas continua a crescer. Apesar disso, Israel parece decidido a prosseguir com a operação, conforme indicado por uma declaração do Ministro da Defesa, Israel Katz, que autorizou os planos para a nova operação militar.
Consequências humanitárias da ofensiva
A ofensiva está prevista para forçar milhares de palestinos do norte de Gaza a se deslocarem para o sul da faixa, já marcada por uma crise de fome em intensificação sob o ataque militar israelense e as restrições de ajuda. De acordo com o ministério da saúde palestino, dezenas de pessoas, incluindo crianças, morreram de fome nas últimas semanas.
Em resposta à intensificação da agressão, os protestos em todo Israel também começaram a aumentar, com um número crescente de cidadãos exigindo o fim das hostilidades em Gaza. Recentemente, centenas de milhares de pessoas participaram de manifestações alavancadas, em parte, pelo medo de que o ataque a Gaza Cidade comprometa a vida dos reféns ainda em cativeiro.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por sua vez, expressou apoio aos reservistas mobilizados e à operação militar, enfatizando a necessidade de encurtar os prazos para neutralizar os últimos redutos do Hamas. “Juntos, venceremos”, disse ele.
Implicações políticas e possíveis acordos de paz
A recente decisão de Israel surge em um momento crítico, já que uma nova proposta de cessar-fogo, mediada por países árabes, foi apresentada ao governo israelense. A proposta, que inclui um cessar-fogo de 60 dias, visa facilitar a liberação dos últimos reféns e promover negoci ações para um acordo de paz duradouro.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, manifestou a esperança de que Israel responda positivamente a essa proposta em breve, declarando que “a bola está agora na quadra de Israel”. Ele destacou a necessidade urgente de abordar a situação desastrosa em Gaza, onde o sofrimento da população civil se agrava a cada dia.
Movimentações da população e a crise humanitária
A nova ofensiva e os deslocamentos forçados têm gerado uma situação insustentável para a população de Gaza. Mohammed Abu Sharia, um pai de família, relatou que, após ter retornado à sua casa em Gaza Cidade, viu-se obrigado a deixar tudo novamente devido à escalada das hostilidades. “Não há um lugar seguro, nem no norte nem no sul”, enfatizou.
A tensão aumentada na região leva a uma situação desesperadora, com organizações internacionais e grupos de direitos humanos alertando sobre o impacto severo que a continuação das hostilidades pode ter sobre civis e a já crítica crise humanitária.
Desde o início da ofensiva israelense, em 7 de outubro de 2023, cerca de 62 mil pessoas foram mortas em Gaza, incluindo milhares de crianças, conforme dados do ministério da saúde local. A destruição generalizada e a terrível crise humanitária levantam preocupações crescentes sobre o futuro da região e a possibilidade de uma resolução pacífica para o conflito.
Enquanto isso, o cenário de conflito continua a evoluir, desafiando os esforços da comunidade internacional para restaurar a paz e a estabilidade na região.