O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (20/8) que faltou exemplo e liderança no episódio do auditor fiscal da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) preso por participação em um esquema de corrupção bilionária, conhecido como caso Ultrafarma.
Durante um seminário sobre governança organizado pela pasta, Haddad questionou como o Estado não se estruturou para evitar esse tipo de situação. “Como é que pode ter acontecido uma coisa dessa? Um escândalo dessa magnitude, alguma coisa falhou no funcionamento do cruzamento de dados”, afirmou.
Ele também criticou a ausência de uma organização eficiente que pudesse impedir o ocorrido, lembrando sua gestão de prefeito de São Paulo, de 2013 a 2016.
Além de enfrentar as consequências da fraude, Haddad destacou a dificuldade de explicar à sociedade o momento em que a ilegalidade ocorreu. “A CGU [Controladoria-Geral da União] está passando por isso agora com o escândalo do INSS, que aconteceu em 2022″, disse.
Relembre o Caso Ultrafarma
Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal de alto escalão, foi preso sob suspeita de liderar um esquema de pagamento de propina envolvendo a Ultrafarma e a FastShop. Segundo as investigações, ele manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários, deixando de contribuir de forma adequada com o Estado.
O auditor recebia propinas mensais por meio de uma empresa registrada em nome da mãe, tendo arrecadado aproximadamente R$ 1 bilhão desde 2021, apenas para manipular procedimentos fiscais.
Em nota, a Sefaz-SP informou que instaurou procedimentos para investigar a conduta do servidor e solicitou ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) o compartilhamento de informações sobre o caso.
“A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e a justiça fiscal, repudiando qualquer ato ilícito, e está comprometida com a apuração de desvios, promovendo uma revisão ampla de processos, protocolos e normatizações”, afirmou o órgão.
Impactos e perspectivas
O episódio evidencia a necessidade de reforçar os mecanismos de controle e supervisão na gestão pública. Analistas apontam que a crise de liderança e fiscalização pode comprometer a credibilidade do sistema tributário e a própria imagem do Estado de São Paulo.
A expectativa é que o caso leve a uma revisão nos procedimentos internos da Sefaz-SP e fortaleça a fiscalização, prevenindo futuras irregularidades de maior escala.
Para saber mais detalhes sobre o caso e as ações adotadas pelo governo, acesse o link na fonte.
