Brasil, 21 de agosto de 2025
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Senado aprova novo código eleitoral no Brasil com mudanças significativas

O projeto de lei que cria um novo Código Eleitoral no Brasil foi aprovado na CCJ do Senado, trazendo mudanças importantes para as próximas eleições.

No dia 20 de novembro de 2025, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, após diversos adiamentos, o projeto de lei complementar (PLP) que estabelece um novo Código Eleitoral no Brasil, contendo quase 900 artigos. Este projeto visa unificar sete legislações existentes e foi alterado em vários pontos nas últimas semanas, atendendo a solicitações de parlamentares.

Principais mudanças no código eleitoral

Durante a reunião da CCJ, destacaram-se algumas alterações relevantes, como a promoção da participação feminina na política, a possibilidade de candidatos utilizarem recursos próprios para financiar suas campanhas e a inclusão do voto impresso, uma medida polêmica que já havia sido considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos pontos mais debatidos foi a manutenção da obrigatoriedade de 30% de candidaturas femininas por partido. A bancada feminina obteve aprovação para manter essa exigência, votando favoravelmente em 18 votos contra 5. A proposta inicial previa a eliminação dessa obrigatoriedade, mas a pressão para garantir uma maior representação feminina na política foi decisiva.

Cotas para a participação feminina

Além de manter os 30% de candidaturas por partido, o novo código estabelece uma cota de 20% para mulheres na Câmara dos Deputados e nas assembleias estaduais e municipais. Essa reserva de vagas é uma estratégia para ampliar a presença feminina em cargos eletivos, garantindo que pelo menos uma parte considerável do parlamento reflita a diversidade da população brasileira.

Combate às fake news

Outra questão abordada no PLP 112/2021 foi a penalização por divulgação de fake news que possam afetar a disputa eleitoral. O relator do projeto, senador Marcelo Castro (MDB-PI), decidiu reduzir as penas para quem divulgar informações falsas, alterando o texto que previa uma pena de um a quatro anos de detenção para uma nova proposta que estabelece pena de prisão de dois meses a um ano, ou multa. A decisão gerou críticas por parte de parlamentares da oposição, que argumentaram que a redução das penas pode incentivar a disseminação de desinformação.

Críticas ao sistema eleitoral

Em resposta às críticas da oposição, Castro explicou que existe uma diferença entre criticar o sistema eleitoral e tentar deslegitimá-lo. O relator justificou que o texto busca garantir a liberdade de expressão, permitindo críticas ao processo eleitoral, mas sem permitir a propagação de mentiras que possam desacreditar o resultado das eleições.

Redução da quarentena e voto impresso

O novo código também introduz a redução da quarentena para juízes, procuradores, policiais e militares que desejam concorrer a cargos eletivos. A quarentena foi reduzida de dois para um ano, com a condição de que a regra se aplique apenas para as eleições de 2028. Essa mudança visa evitar que agentes públicos em atividade utilizem suas funções para influenciar o processo eleitoral.

Adicionalmente, a CCJ aprovou a obrigatoriedade do voto impresso, uma proposta que busca trazer mais transparência ao sistema eleitoral, apesar das preocupações sobre sua constitucionalidade. A medida foi aprovada por um intervalo estreito de votos e será um tema controverso nas discussões futuras.

Financiamento de campanhas eleitorais

Uma das mudanças importantes refere-se ao financiamento das campanhas eleitorais. O senador Jaime Bagattoli propôs a ideia de permitir que candidatos usem recursos próprios até o teto estipulado para o gasto. No entanto, essa alteração levantou preocupações sobre o desequilíbrio que pode causar nas eleições, pois candidatos mais ricos estariam em vantagem sobre os menos favorecidos. O relator, Marcelo Castro, se mostrou contra a proposta, argumentando que a igualização das oportunidades entre candidatos deve ser priorizada.

Próximos passos para o PLP 112/2021

Com a aprovação na CCJ, o PLP 112/2021 seguirá para o plenário do Senado, onde será novamente discutido e poderá sofrer novas alterações antes de voltar à Câmara dos Deputados. Para que as novas regras entrem em vigor nas eleições de 2026, elas precisam ser sancionadas até um ano antes do pleito.

O novo Código Eleitoral busca modernizar a legislação vigente, abordando temas como a fiscalização das urnas eletrônicas, o uso da inteligência artificial nas campanhas e regras mais rígidas sobre a divulgação de pesquisas eleitorais. Além disso, proíbe o disparo em massa de mensagens nas redes sociais, uma prática que tem gerado controvérsias nas últimas eleições.

Os desdobramentos dessa nova legislação prometem impactar significativamente o cenário político brasileiro nas próximas eleições, e a sociedade acompanha atentamente os esforços para garantir um pleito mais justo e transparente.

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