O Vaticano aprovou nesta quarta-feira (20) o novo calendário litúrgico do Vicariato Apostólico da Arábia do Sul, incluindo santos patronos específicos para a Península Arábica, abrangendo países como Emirados Árabes, Omã e Iêmen. A decisão busca refletir a história religiosa da região e promover diálogo interreligioso.
Novos santos e padroeiros na região da Arábia
Segundo o Conselho do Vicariato, São Pedro e São Paulo passam a ser os novos padroeiros do vicariato, enquanto a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora da Arábia, é a padroeira de todos os países do Golfo. Foram também incluídos mártires locais, como os Yemeni de Aretha e seus acompanhantes do século VI (24 de outubro), e o rei etíope Caleb (Elesbão), que contribuiu para a cristianização do Iêmen (15 de maio).
Entre os santos de conexão mais ampla com a região, estão os mártires do século III, Cosmas e Damian (26 de setembro), e Simeão Estilita, do século V, cuja missão foi a fé na região interior do mundo árabe (27 de julho). A inclusão de figuras de relevância histórica visa fortalecer a identidade cristã na região.
Homenagens aos missionários e figuras do Oriente
O calendário também contempla a memória anual de todos os missionários falecidos que atuaram na região, comemorada em 5 de novembro. Para promover o ecumenismo e o diálogo interreligioso, há também a celebração de São Isaac, venerado inicialmente na Igreja Siríaca, e patriarca Abraão, ambos comemorados em 9 de outubro.
Moisés e Jó têm dias específicos de homenagem: 4 de setembro e 10 de maio, respectivamente, sendo que esta última celebração ocorrerá exclusivamente em Salalah, Omã. “São figuras de grande importância tanto na tradição cristã oriental quanto nas religiões abraâmicas”, destacou o vicariato.
Dias de penitência, oração e compromisso ecológico
Além das celebrações, o Vaticano confirmou três Dias de Pênitência e Oração, denominados Dias Ember, tradicionalmente marcados ao início de cada estação.
O primeiro, na sexta-feira durante a Quaresma (março), será dedicado às intenções da Igreja na região, especialmente pela paz e por vocações sacerdotais. As sextas de junho e novembro serão momentos de agradecimento pelos dons da criação, pedidos por condições climáticas favoráveis e por uma gestão responsável dos recursos do planeta, no contexto de uma crescente preocupação ecológica.
Fortalecimento da identidade e esperança na região
O arcebispo Paolo Martinelli, responsável pelo vicariato, afirma que esses nomes e celebrações reforçam a fé em uma região marcada por diversidade religiosa e cultural. “O calendário busca integrar a herança cristã às tradições locais, promovendo unidade e esperança”, disse ele à CNA.
A aprovação do calendário representa um avanço no reconhecimento da presença cristã na Península Arábica, uma região de grande relevância histórica e espiritual, com desafios atuais ligados ao diálogo interconfessional e à promoção da paz.
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