Brasil, 21 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Indústria têxtil brasileira pode perder até 20 mil empregos devido a tarifação nos EUA

Setor teme impacto das tarifas americanas ao Brasil, com previsão de até 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos perdidos

A indústria têxtil brasileira enfrenta o risco de perder até 20 mil empregos, entre diretos e indiretos, caso as exportações aos Estados Unidos, pressionadas pelo tarifaço de 50% imposto pelo país, não sejam substituídas pelo mercado interno ou redirecionadas a outros mercados. A projeção é da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Desde julho de 2014, o setor gerou 7,7 mil novas vagas.

Impacto das tarifas americanas na balança comercial têxtil

Os Estados Unidos representam o 4º maior destino das exportações brasileiras de têxteis, que cresceram aproximadamente 14% ao ano até o ano passado, totalizando US$ 68 milhões em transações, incluindo US$ 46 milhões em produtos têxteis e US$ 22 milhões em vestuário. No entanto, a maioria das vendas ao país é voltada a produtos específicos, como meias, moda praia e moda feminina. O consumo massivo de tecidos e roupas é atendido principalmente por China e Vietnã.

Apesar de ser um mercado importante, os EUA apresentam superavit na relação comercial com o Brasil, vendendo mais do que compram. Em 2024, o déficit brasileiro foi de US$ 74 milhões nessa pauta. Segundo Pimentel, a estimativa é de que esse saldo negativo aumente em US$ 38 milhões neste ano, agravando o quadro.

Medidas e estratégias do setor diante do cenário

“Isso é muito ruim. O mercado americano é o maior do mundo e muito seguro após a instalação. Vamos continuar negociando, e espero que uma hora a razão prevaleça, porque não há justificativa para essas medidas”, afirmou Fernando Valente Pimentel, presidente emérito e superintendente da Abit, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira.

Para minimizar os efeitos da tarifação, as indústrias brasileiras intensificam esforços no mercado interno e fortalecem relações comerciais com países como Canadá e Portugal, devido à presença de comunidades brasileiras nesses destinos.

Expansão da produção e parcerias estratégicas

Nos primeiros seis meses do ano, a produção têxtil brasileira cresceu 11,4%, enquanto o setor de vestuário avançou 1,8%. O varejo de vestuário também registrou alta de 5,5%. Como estratégia de longo prazo, a Abit anunciou parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) para promover uma frente de produção e valor agregado à matéria-prima no Brasil.

“Já estamos nos antecipando a acordos, como o do Mercosul com a União Europeia, para que as empresas enxerguem o Brasil como uma plataforma produtora”, afirmou Pimentel.

Segundo ele, o setor busca alternativas para ampliar sua presença no mercado interno e explorar outras regiões globais, buscando reduzir a dependência do mercado americano e driblar possíveis efeitos negativos das tarifas.

Para mais detalhes, acesse a notícia completa no O Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes