O cenário de tensão no Oriente Médio se acirra com as recentes ações do governo israelense, que envolvem a invasão da Faixa de Gaza e a aprovação de novos assentamentos na Cisjordânia. O ministro israelense Bezalel Smotrich considera essas ações como um “passo significativo que acaba com a ilusão dos dois Estados”, enquanto a Autoridade Palestina protesta e clama por uma posição firme da comunidade internacional.
Novos assentamentos na Cisjordânia
A situação na Cisjordânia se torna cada vez mais crítica com a recente aprovação de um polêmico projeto de assentamento. Segundo informações oficiais, Israel autorizou a construção de aproximadamente 3.500 apartamentos na zona E1, situada a leste de Jerusalém. Este projeto, que estava parado há mais de 20 anos sob pressão de governos anteriores, foi agora viabilizado por Bezalel Smotrich. Ele comentou que essa decisão é uma resposta aos países ocidentais que anunciaram intenções de reconhecer um Estado palestino nos últimos dias.
Os palestinos e diversas ONGs de direitos humanos condenam essa medida, afirmando que ela compromete gravemente as perspectivas de um futuro Estado palestino. O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina classificou a decisão de Israel como transformadora da Cisjordânia em “uma verdadeira prisão”, destacando a desconexão geográfica que os novos assentamentos provocariam. Segundo as alegações do governo palestino, a nova construção intensificará a segregação da região e dificultará ainda mais o deslocamento dos cidadãos, que ficariam cercados por postos de controle israelenses.
Evacuação e tragédia humanitária em Gaza
No campo da tragédia humanitária, mais de um milhão de palestinos estão sendo forçados a se deslocar da cidade de Gaza para o sul do enclave. Essa movimentação ocorre em meio a uma intensificação das operações militares israelenses, que começaram em resposta a um ataque do Hamas em outubro de 2023. Nesta ofensiva, o exército israelense anunciou a instalação de novos centros de ajuda humanitária, além da reabertura de hospitais de campanha, porém, os números de mortes continuam a crescer, com autoridades de Gaza relatando que cerca de 62 mil palestinos já perderam a vida, incluindo 19 mil crianças.
Ofensiva em Gaza
A ofensiva militar em Gaza, denominada “Carri di Gedeone II”, já está em curso, segundo as Forças de Defesa de Israel. Este movimento propõe uma ocupação progressiva, inicialmente evacuando civis das áreas de maior conflito, para em seguida efetuar um cerco e avanço das tropas. Tal estratégia tem gerado preocupações internacionais sobre o aumento da violência e a escalada do conflito na região.
Reações em Israel
Dentro de Israel, a situação não é menos complexa. A pressão de grupos familiares de reféns exige uma resposta do governo, com muitos relatando um sentimento de traição frente à proposta de ocupação de Gaza enquanto as negociações por um possível acordo ainda estão em andamento. Um comunicado do Fórum das Famílias dos Reféns critica duramente o governo, afirmando que a aprovação das operações militares ignorou as necessidades das famílias afetadas.
Diplomacia em impasse
As tentativas diplomáticas de resolução do conflito encontram-se em um ponto crítico. Mediadores árabes liderados pelo Catar ainda acreditam na possibilidade de um cessar-fogo, especialmente após a aceitação do Hamas a uma nova proposta de acordo. Contudo, as declarações do primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, indicam que sua posição permanece inalterada, insistindo na libertação imediata de todos os reféns. A troca de acusações entre Netanyahu e o presidente francês Emmanuel Macron, sobre questões de antissemitismo e o reconhecimento do Estado da Palestina, também refletiu a tensão crescente entre Israel e seus aliados.
Conforme a situação se desdobra, as vozes de protesto se intensificam, tanto em Israel quanto na Palestina, refletindo a complexidade e a profundidade do conflito que continua a devastar vidas e ameaçar a paz na região.