Brasil, 20 de agosto de 2025
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Governadores de Rio e Bahia criticam PEC da segurança pública

Durante debate, Cláudio Castro e Jerônimo Rodrigues destacam letalidade policial e a evolução do crime organizado.

Recentemente, os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), expressaram suas preocupações em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, proposta pelo governo Lula (PT). Durante sua participação na mesa de debates “Diálogos O GLOBO”, mediada pela colunista Vera Magalhães, ambos argumentaram que o elevado índice de mortes causadas pela polícia em seus estados é resultado de uma evolução do crime organizado ao longo das últimas décadas, e não apenas de ações pontuais das forças de segurança.

Letalidade policial em foco

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 indicam que Rio e Bahia estão entre os estados com os maiores índices de letalidade policial. Cláudio Castro, que se posiciona como opositor ao governo federal, destacou que, embora ele e Jerônimo pertençam a partidos diferentes, ambos lideram as estatísticas de apreensões de armas no Brasil. “Se um governador do PL e outro do PT são o primeiro e segundo lugar em apreensão de armas e letalidade policial, isso indica que o problema não é só de direita ou de esquerda”, argumentou Castro.

Desafios contemporâneos da segurança pública

Os dois governadores concordaram sobre a necessidade de uma atualização do modelo constitucional de segurança pública. Castro enfatizou que sem a devida integração entre estado e governo federal, as questões de segurança pública para os estados se tornam desafiadoras. “É preciso um rearranjo. Se não houver integração, o estado fica sozinho”, afirma.

Jerônimo acrescentou que a evolução do crime organizado atualmente apresenta novos desafios, incluindo o contrabando de armas e a infiltração em atividades empresariais e no sistema financeiro. “O novo modelo do crime organizado requer que avancemos”, disse ele, ressaltando que a criminalidade mudou ao longo do tempo.

Preocupações em relação à PEC da segurança

Apesar de ser um aliado de Lula, Jerônimo expressou suas reservas à PEC da Segurança, que visa ampliar as atribuições do governo federal na área. Ele reconheceu que a proposta é bem-intencionada, mas alertou sobre a possibilidade de invasões nas competências dos estados, uma preocupação que é frequentemente levantada por governadores em oposição ao governo atual.

“Precisamos garantir que o papel dos estados não seja comprometido. Por isso, chamamos a atenção do ministro Lewandowski para essa questão. Os secretários estaduais estabelecem críticas, mas também trazem contribuições construtivas”, frisou Jerônimo.

Caminhos para uma segurança mais eficaz

Cláudio Castro também reconheceu pontos positivos na PEC de Lewandowski, mas criticou o que vê como “falta de vontade política” do governo Lula em implementar as mudanças necessárias. “Minha grande crítica é que o Sistema Único de Segurança já existe desde 2018. Para ser implementado, não deveria precisar de uma PEC, mas sim de vontade política”, argumentou Castro, sugerindo que a flexibilidade e a disposição política são fundamentais para a efetividade das políticas de segurança.

O debate “Diálogos O GLOBO” é uma plataforma onde líderes políticos discutem questões cruciais que afetam o país. Anteriormente, outros governadores também participaram dessas discussões, revelando divergências sobre questões como tarifas e políticas de governo. Isso demonstra a ampla gama de preocupações que líderes estaduais têm à medida que enfrentam os fluctuantes desafios da segurança pública em um Brasil em constante mudança.

As preocupações e propostas apresentadas por Castro e Jerônimo acentuam a importância de um diálogo contínuo e a necessidade de uma abordagem colaborativa para a segurança pública no Brasil, algo que precisa ir além das divisões partidárias.

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