Nesta terça-feira (20), o dólar avançou 1,19%, cotado a R$5,499, enquanto o real teve o pior desempenho entre as principais moedas globais, refletindo incertezas no cenário internacional e local. A alta do dólar ocorre em meio a tensões provocadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, de que leis e ordens de outros países não têm efeito automático no Brasil.
Impacto do conflito entre Brasil e Estados Unidos no câmbio
A reação do mercado foi influenciada pelo posicionamento de Dino, após os EUA sancionarem o ministro Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky, que impõe restrições econômicas, como bloqueio de contas e bens, na Justiça americana. A medida gerou receios entre investidores de que bancos brasileiros, que operam nos EUA ou possuem ações listadas na bolsa de Nova York, possam ser afetados.
Apesar da interpretação de que a lei poderia afetar operações de bancos brasileiros nos EUA, analistas avaliam que a decisão de Dino, que exige consulta ao STF sobre leis estrangeiras, pode criar uma encruzilhada jurídica para as instituições financeiras, aumentando a volatilidade cambial. Segundo especialistas, o cenário reforça a instabilidade recente e os riscos de impacto na economia local.
Reação internacional e possíveis consequências econômicas
O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, ligado ao Departamento de Estado dos EUA, declarou que a decisão de Dino prejudica as empresas e indivíduos que buscam acesso aos mercados americanos, afirmando que nenhuma sanção estrangeira pode invalidar as restrições impostas pelos EUA. Essa postura reforça os atritos diplomáticos entre as duas nações.
Além dos efeitos cambiais, o mercado também acompanha uma pesquisa de opinião do instituto Genial/Quaest, que aponta uma melhora na avaliação do governo Lula, com a aprovação subindo para 46% e a desaprovação caindo para 51%. Essa mudança de humor político, ainda que moderada, influencia as perspectivas econômicas e a postura do governo frente às tensões internacionais.
Perspectivas futuras e cenário político
Analistas avaliam que o embate entre Brasil e EUA pode afetar negociações comerciais e financiamentos internacionais, além de ampliar a volatilidade do câmbio. O dólar deve permanecer sob pressão até que haja maior estabilidade na relação diplomática e na política interna brasileira.
Especialistas alertam que, com uma eleição presidencial no horizonte, o cenário político e econômico no Brasil permanece incerto, podendo levar a ajustes nas políticas fiscais e econômicas dependendo do resultado eleitoral e do andamento dos conflitos diplomáticos.
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