Durante participação no podcast Raging Moderates nesta quarta-feira (24), Hillary Clinton afirmou que, se o presidente Donald Trump conseguisse um acordo justo para acabar com a guerra na Ucrânia, ela o indicaria ao Nobel da Paz. A ex-secretária de Estado destacou a importância de o mandatário federal mostrar força na reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, programada para a próxima semana em Anchorage, Alasca.
Possibilidade de indicação ao Nobel da Paz
Clinton explicou que, embora raramente haja indicações de políticos de fora da Noruega, ela mesma estaria disposta a recomendar Trump se ele alcançasse um acordo de paz verdadeiro entre Rússia e Ucrânia. “Se o presidente Trump fosse o arquiteto de uma solução que envolva um cessar-fogo, sem troca de territórios e com Putin efetivamente retirando-se da Ucrânia, eu o indicaria para o prêmio”, afirmou.
Contexto do encontro com Putin
A ex-secretária avaliou que a cúpula no Alasca representa uma oportunidade para Trump deixar claro a Putin que há limites para concessões. “Ele deveria reforçar a ideia de que, se houver um acordo, a Rússia precisa demonstrar sua boa fé, não ameaçando a segurança europeia ou anexando mais territórios”, disse Clinton.
Pressão e ameaças ao processo de paz
Clinton também alertou que Putin busca destruir a aliança ocidental e que Trump deve compreender o perfil do líder russo, considerado por ela um adversário que deseja jogar com os Estados Unidos. “Trump não está indo para uma conversa amigável, mas sim para um confronto. O melhor que pode sair disso é uma compreensão mais clara de quem Putin realmente é”, afirmou.
O interesse de Trump no Nobel
De acordo com a própria Clinton, Trump tem mantido o foco no Nobel da Paz, tendo inclusive mencionado o prêmio ao ministro das Finanças da Noruega, Jens Stoltenberg, segundo publicação do jornal norueguês Dagens Næringsliv. Algumas nações, entre elas Israel, já o indicaram para a premiação.
Perspectivas futuras e riscos
Apesar do otimismo de Trump de que Putin concordará em terminar a guerra em breve, Clinton alertou que a intenção russa, na verdade, é destruir a aliança ocidental e que o presidente dos EUA deve ver Putin como uma ameaça real, não como um aliado potencial. “Se a negociação resultar em nada, ao menos Trump terá entendido que Putin é um adversário que só busca manipular”, disse.
A expectativa é de que o encontro no Alasca possa reforçar a compreensão de Trump de que o líder russo não é alguém com quem se pode fazer acordos duradouros facilmente, avalia Clinton.