A expectativa da indústria brasileira para os próximos seis meses diminuiu após o aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, com queda de 5,1 pontos em agosto, atingindo 46,6 pontos. Este foi o primeiro recuo na projeção de exportações desde novembro de 2023, segundo a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Efeitos do tarifaço sobre as exportações
Desde 6 de agosto, quase metade da pauta exportadora brasileira para os EUA está sujeita a tarifas combinadas de 50%, o que contribuiu para a redução das expectativas de crescimento das exportações. A CNI estima que a medida deve diminuir em mais de US$ 5 bilhões o valor das exportações deste ano, levando a uma projeção de US$ 341,9 bilhões, com uma queda de 14% no superávit comercial em relação a 2024, que deve fechar em US$ 56,6 bilhões. Segundo a CNI.
Impactos na confiança do setor e no emprego
A pesquisa da CNI revela que o índice que mede a projeção de postos de trabalho caiu para 49,3 pontos em agosto, indicando que os empresários não esperam mais crescimento nas contratações nos próximos meses. Além disso, as expectativas de demanda (53,1 pontos) e de compras de insumos (52,1 pontos) também recuaram, embora ambos ainda indiquem crescimento, porém de forma mais moderada.
Perspectivas para investimentos
O índice de intenção de investimentos também apresentou recuo, atingindo 54,6 pontos – o menor desde outubro de 2023, embora permaneça acima da média histórica. Essas métricas refletem um cenário de maior incerteza para o setor industrial brasileiro.
Cenário externo e incertezas políticas
Isabella Bianchi, analista de Políticas e Indústria da CNI, ressaltou que a piora nas expectativas de exportação está relacionada às incertezas do cenário externo, especialmente em decorrência da nova política comercial norte-americana. Segundo ela, as tarifas elevadas estão dificultando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado dos EUA.
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