Brasil, 20 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Frei Chico pode ser convocado para CPMI do INSS, diz deputado

Ricardo Ayres, relator da CPMI, afirma que convocação de Frei Chico ocorrerá se houver evidências de envolvimento em fraudes.

O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, afirmou em entrevista ao Metrópoles que pode convocar o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico. A convocação, segundo Ayres, ocorrerá se surgirem provas que liguem Frei Chico a fraudes na folha de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social.

Investigação das fraudes no INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), do qual Frei Chico é vice-presidente, está entre as entidades sob investigação na Operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal em abril deste ano. Essa operação se originou a partir de uma série de reportagens do Metrópoles, que expuseram a chamada “Farra do INSS”.

Ricardo Ayres explicou que o interesse em convocar Frei Chico está mais relacionado à sua conexão familiar com o atual presidente do que a qualquer evidência concreta de sua participação nas fraudes. “Se tiver de chamar, nós vamos chamar. O interesse nele é mais em função de ser o irmão do presidente do que propriamente alguma coisa que ligue ele verdadeiramente”, disse o relator. Ele ressaltou a necessidade de responsabilidade na investigação e afirmou que o vínculo de Frei Chico com o presidente não deve ser ignorado, mas também não pode ser a única justificativa para sua convocação.

CPMI do INSS: entendimento e críticas

A CPMI do INSS foi oficialmente instalada no dia 20 de agosto e surge após meses de obstrução e discussões sobre sua criação. O governo temia que a investigação pudesse prejudicar sua imagem, já que uma apuração sobre fraudes em uma entidade pública poderia enfraquecê-lo politicamente. O escândalo do INSS, revelado em reportagens do Metrópoles desde dezembro de 2023, mostrou um aumento alarmante na arrecadação de associações ligadas ao INSS, alcançando R$ 2 bilhões, e evidenciou a quantidade de processos contra essas associações por suspeita de fraudes nas filiações.

A abertura de inquérito pela Polícia Federal foi diretamente impulsionada pelas reportagens do Metrópoles, que ajudaram a embasar as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Até o momento, 38 matérias do portal foram citadas na representação que originou a Operação Sem Desconto, resultando na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na renúncia do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Os perfis dos presidentes e relatores da CPMI foram considerados neutros, com o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o deputado Ricardo Ayres não tendo assinado o pedido de criação da comissão. Essa postura gerou críticas de opositores que argumentam que a investigação poderia ser influenciada por interesses políticos.

A composição da CPMI

A CPMI contará com um total de 32 membros, divididos entre titulares e suplentes. Entre os membros, há figuras com posturas firmes, como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado Marcel Van Hattem (PL-RS), que podem trazer debates intensos e acirrados sobre os rumos da investigação.

Com um cenário conturbado e a expectativa de que novas informações venham à tona, a CPMI do INSS pode ser um importante fator de mudança para as políticas previdenciárias e o combate à corrupção no Brasil. Os desdobramentos da investigação e a possibilidade da convocação de Frei Chico poderão gerar repercussões significativas tanto para o governo quanto para a sociedade.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes