Brasil, 20 de agosto de 2025
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Tarifa de 50% sobre café brasileiro impacta mercado nos EUA

Tarifas impostas pelos EUA elevam preços do café brasileiro, ameaçando indústria e o consumo nos Estados Unidos

As tarifas de 50% aplicadas pelo governo dos Estados Unidos sobre o café brasileiro estão pressionando os preços e ameaçando uma indústria que gera mais de um milhão de empregos no país. O impacto visa retaliar o Brasil na guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, dificultando o abastecimento de uma das principais bebidas consumidas na América do Norte.

Impacto na importação de café brasileiro nos EUA

O Brasil, maior fornecedor de café aos Estados Unidos, responde por cerca de 17% das exportações brasileiras, sendo fundamental para o mercado norte-americano. Segundo Peter Longo, importador de Nova York, consumidores podem pagar quase R$ 290 por quilo do grão, quase o dobro do preço anterior. “Uma tarifa de 50% significa um aumento de aproximadamente US$ 8 por libra, elevando o preço para quase US$ 24 — algo inviável para o mercado”, afirmou Longo à BBC News.

Consequências para o setor de cafés nos EUA

Além do aumento no preço final, a indústria enfrenta a ameaça de redução de vendas e até de falência de pequenos negócios importadores. “Já estamos estressados e tentando gerenciar fluxo de caixa, mas esse tarifamento pode levar muitos ao limite”, comentou Longo.

O aumento de custos repercute em toda a cadeia, atingindo consumidores que bebem cerca de três xícaras diárias, sobretudo na preferência por cafés especiais e gourmet, cujo crescimento de consumo nos EUA chegou a 18% desde 2020, segundo a Associação Nacional do Café.

Razões políticas por trás do tarifaço

O objetivo de Trump é tornar os produtos importados mais caros, estimulando a produção local e fomentando empregos nos EUA. “Mais produção doméstica resultará em preços mais baixos para o consumidor”, justificou o presidente. Contudo, o café não é cultivado no país em quantidade suficiente para atender à demanda diária de 450 milhões de xícaras, sendo, na maioria, importado de países como Brasil, Colômbia e outros da América Latina.

Reações do setor e perspectivas futuras

Os efeitos do tarifaço começaram a ser percebidos em fevereiro, quando o preço global do café do tipo arábica atingiu recordes. Apesar de alguma estabilidade recente, os estoques de importadores atualmente sustentam o mercado por 30 a 60 dias, até que a medida passe a afetar diretamente os preços ao consumidor.

De acordo com Márcio Ferreira, presidente do Conselho de Exportadores de Café do Brasil, há uma corrida contra o tempo para negociar a inclusão do produto na lista de exceções ao tarifaço. “Se as negociações não avançarem, o impacto será sentido em breve, com possíveis prorrogações que prejudicariam ainda mais o setor brasileiro”, afirmou Ferreira.

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