Na manhã desta quarta-feira (20), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou a Operação Reinado Dividido, resultando na prisão de três pessoas acusadas de integrar uma milícia que atua nas cidades de Nova Iguaçu e Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A operação teve como objetivo desmantelar essa organização criminosa que estava em conflito territorial com outro grupo paramilitar, tornando a situação ainda mais crítica na região.
Detalhes da operação e prisões
A ação do MPRJ foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão. Vale destacar que cinco dos alvos já estavam detidos, o que evidencia a persistência das investigações e o aprofundamento nos casos relacionados a milícias.
De acordo com o MPRJ, o líder da organização, identificado como Jefferson Constant Jasmim, conhecido pelos apelidos de Deco ou 01, continuava a comandar as atividades criminosas mesmo estando encarcerado. Ele era responsável pela autorização de extorsões, controle financeiro da milícia, além da organização de compra de armamentos e planejamento de ações violentas.
Extorsões e clima de terror na região
As investigações mostraram que a milícia atuava com base em extorsões semanais impostas a comerciantes, motoristas de vans, mototaxistas e empresas que prestam serviços de internet e TV a cabo. Os pagamentos eram cobrados sob ameaça de agressões físicas, incêndios de propriedades e até execuções. Essa prática gerou um clima de medo entre a população local, que se via obrigada a ceder às exigências da organização criminosa.
O MPRJ destacou a rivalidade entre as facções, citando grupos rivais que fincam suas bandeiras na Baixada Fluminense, como as lideradas por João Teixeira dos Passos, conhecido como Jota da Grama, e Gilson Ingrácio de Souza Júnior, apelidado de Juninho Varão. Essa disputa por território não só alimenta a violência, mas também a sensação de insegurança entre os cidadãos.
Um ‘reinado dividido’
A expressão “reinado dividido” foi utilizada pelos promotores do MPRJ para descrever a situação da Baixada Fluminense, marcada por uma guerra constante entre milícias. “Essa rivalidade impôs um clima de terror à região, levando vítimas a relatar que viviam sob um ‘reinado dividido’”, afirmou o MPRJ, ressaltando a gravidade da situação que afeta a vida de muitos cidadãos.
As medidas têm sido tomadas pelo Judiciário, com os mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa, um passo importante no combate a essas organizações que continuam a ameaçar a paz e a segurança das comunidades brasileiras.
Próximos passos e a luta contra a criminalidade
O MPRJ permanece firme em seu compromisso de descortinar e desmantelar redes criminosas que atuam de forma organizada nas comunidades. A continuidade de ações como a Operação Reinado Dividido revela a importância do trabalho conjunto entre as instituições de segurança e justiça na luta contra a criminalidade que aflige a sociedade.
Com a odiosa realidade das milícias sendo trazida à tona, muitos esperam que essas intervenções resultem em melhorias significativas e faça com que a sensação de segurança retorne à população afetada. A luta continua, e as ações do MPRJ são um passo importante nessa direção.
Para mais informações, acompanhe as atualizações no portal do G1. A1107 Notícias, trabalham incansavelmente para trazer à luz os desafios e as vitórias no combate à criminalidade no Brasil.