Na noite de segunda-feira (18), o tráfico de drogas no Rio de Janeiro foi marcado pela morte de Gabriel Gomes da Costa, de 25 anos, conhecido como “Ratomen”. Ele foi abatido durante uma operação da Polícia Civil na Cidade de Deus, um bastião do tráfico na Zona Oeste da cidade. Ratomen era conhecido por utilizar redes sociais, onde publicava mensagens para seus rivais, incluindo policiais e outros traficantes. Suas postagens misturavam ostentação, fé e referências ao crime, revelando um lado controverso que intrigava a população.
Um líder do tráfico em ascensão
De acordo com informações da Polícia Civil, Ratomen era o gerente de uma boca de fumo na comunidade, controlada pela facção Comando Vermelho. Sua trajetória de vida não era marcada apenas pelo crime, mas também por uma fé expressa em suas redes sociais. Em várias oportunidades, ele se autoafirmava como uma figura de poder, ao mesmo tempo que desafiava a polícia através de suas declarações. Os investigadores revelaram que havia um mandado de prisão temporária contra ele desde o dia 3 de junho, relacionado à morte do agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), José Antônio Lourenço Júnior, em maio.
O assassinato do agente e as repercussões
A morte do agente Lourenço ocorreu durante uma operação que investigava fábricas de gelo clandestinas na Cidade de Deus, e Ratomen foi identificado como um dos responsáveis pelo crime. Após sua morte, a Core afirmou em nota que continua em busca dos demais envolvidos, demonstrando um esforço contínuo para diminuir a violência na região, que é marcada por conflitos entre facções.
Durante a operação que resultou em sua morte, Ratomen foi baleado e socorrido, mas não sobreviveu aos ferimentos. A polícia apreendeu uma pistola com ele, reforçando a imagem de suas atividades ilícitas. A presença de armas no tráfico de drogas é uma preocupação constante das autoridades, que buscam mitigar a violência urbana.
Uma vida exposta nas redes sociais
Ratomen usava suas plataformas digitais para compartilhar uma rotina repleta de ostentação, misturando mensagens religiosas com conteúdos que glorificavam a vida no crime. Entre suas recentes postagens, destacou frases como: “Obrigado Deus, mais um ano na pista” e “Só vão nos pegar se matarem”, refletindo uma forma de desafiar a segurança pública. Essa ambiguidade em sua mensagem de fé e crime proporcionava uma visão complexa de sua identidade como um jovem envolvido no tráfico.
Consequências e legados da vida no crime
O envolvimento de Ratomen no mundo do crime e sua ostentação nas redes sociais expõem uma triste realidade vivida por muitos jovens nas comunidades do Rio de Janeiro. O desejo por ascendência social e aceitação, associado à violência, muitas vezes leva a caminhos sem retorno. Ele também deixou mensagens reflexivas sobre suas dificuldades pessoais, como uma lesão que o ameaçava fisicamente: “Ainda cheio de dor”, escreveu em uma de suas últimas publicações.
A vida de Gabriel Gomes da Costa, ou “Ratomen”, ecoa como um alerta sobre as complexidades do tráfico de drogas, a busca por poder e o impacto devastador que essas escolhas têm não apenas no indivíduo, mas na sociedade como um todo. Sua morte não é apenas mais um número nas estatísticas de violência, mas um exemplo da luta contínua entre as forças da lei e o tráfico que assola muitas comunidades no Brasil.
A polícia segue seu trabalho, e a comunidade espera por dias melhores, longe da violência que há tanto tempo a assola. A história de Ratomen será lembrada como um capítulo doloroso da realidade que muitos preferem ignorar, mas que não pode ser esquecida.