Brasil, 20 de agosto de 2025
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CPI do INSS: governo busca blindagem com apoio da base

A oposição tenta pressionar o governo na CPI do INSS, mas a base governista se mobiliza para bloquear investigações.

O clima político no Brasil está mais uma vez em ebulição com a instalação da CPI do INSS, que ocorrerá nesta quarta-feira. O objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito é investigar fraudes relacionadas a descontos indevidos em aposentadorias e pensões, um esquema que, segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões. Enquanto a oposição tenta usar essa oportunidade para desgastar o governo, a base aliada se movimenta para proteger o Executivo.

Configuração da CPI e seu impacto

A CPI será composta por 15 senadores e 15 deputados. Até o momento, 27 vagas de titulares já foram preenchidas, com apenas oito pertencendo à oposição. A configuração desfavorável para a oposição é clara, pois no grupo de senadores, apenas quatro representam partidos de oposição. O controle da comissão está nas mãos de parlamentares aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O senador Omar Aziz (PSD-AM) presidirá a CPI, enquanto a relatoria ficará a cargo do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), ambos conhecidos por sua lealdade ao governo.

Essa maioria pode significar uma blindagem efetiva do Planalto contra investigações mais profundas, além de dificultar a atuação da oposição. A estratégia do governo parece ser a de vincular as fraudes a gestões passadas, especialmente à administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesse contexto, membros do PT, como Paulo Pimenta (RS) e Fabiano Contarato (ES), são vistos como figuras chave para potencializar essa narrativa.

A pressão e as convocações

A proposta de convocação de figuras chave, como o ex-ministro da Previdência e o atual ocupante do cargo, Wolney Queiroz, também está na mesa. Enquanto isso, a oposição já acusa a base governista de tentar proteger o governo. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a CPI, afirmando que ela já “nasce esvaziada”. Para ele, “se dependesse do relator e do presidente, nem comissão teria sido criada, já que não assinaram a abertura”.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) ecoou sentimentos semelhantes, pedindo imparcialidade nas investigações: “Quem tiver feito coisa errada tem que pagar, seja no governo Bolsonaro, Lula, Dilma ou Temer.” Essa solicitação de transparência e justiça reflete um desejo de que a CPI seja um verdadeiro reflexo dos fatos, independentemente de filiação política.

Responsabilidades e postura do relator

Em uma entrevista ao jornal O Globo, o relator Ricardo Ayres defendeu que seu trabalho será guiado pela imparcialidade e afirmou que não assinou o pedido de abertura da CPI “por uma questão de cautela institucional.” Ele ainda acrescentou que “todos os que foram citados” durante as apurações serão incluídos nas investigações e que “não podemos proteger ninguém.” Essa declaração foi vista como um esforço para acalmar as tensões da oposição e assegurar um processo investigativo justo.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também comentou sobre a situação, enfatizando que o governo não teme os desdobramentos da investigação. “Uma CPI te dá a oportunidade de mostrar quando começou isso. Essa questão do INSS vem de muito tempo”, afirmou. Essa postura revela uma confiança na transparência do processo e uma disposição para responder às críticas que o governo pode enfrentar.

Expectativas para o futuro

A CPI do INSS será um campo de batalha não apenas no que tange a investigações sobre possíveis fraudes, mas também para o embate político entre governo e oposição. A maneira como cada lado se comportar pode definir não apenas o futuro da comissão, mas o cenário político nacional nos próximos meses. A participação e o engajamento dos cidadãos nessa discussão se tornam cada vez mais essenciais, à medida que o desenrolar dessa CPI poderá impactar diretamente a percepção pública acerca da eficiência e lisura das gestões do passado e do presente.

Enquanto as tensões aumentam, é fundamental que todos os envolvidos mantenham um compromisso com a verdade e a responsabilidade política. A sociedade brasileira deve permanecer atenta aos desdobramentos dessa CPI e como ela pode influenciar a confiança nas instituições públicas.

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