O desaparecimento de quatro homens em Icaraíma, Paraná, após viajar de São José do Rio Preto, São Paulo, para cobrar uma dívida, gerou uma onda de angústia e clamor por respostas. As famílias, que estão sem notícias desde o dia 5 de agosto, estão mobilizando ações para que as autoridades policiais investiguem o caso de forma mais efetiva.
A viagem que acabou em mistério
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza, também desaparecido, foram contratados para cobrir uma dívida que totaliza R$ 255 mil. Essa dívida estava relacionada à compra de uma propriedade na região e, segundo informações, teria sido não quitada pelo comprador. As famílias dos desaparecidos relatam uma falta de apoio e uma sensação de impotência ao lidarem com a situação.
Desaparecimento e emboscada
As esposas de Robishley e Rafael, que preferiram não se identificar, procuraram a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) em São José do Rio Preto e relataram sua frustração com a aparente falta de empenho das autoridades. “Tem sido angustiante. A gente se sente incapaz por meio das autoridades porque é uma omissão de socorro”, declarou uma delas.
Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22 anos, são considerados suspeitos de planejar uma emboscada contra os quatro homens, após prestarem depoimento e desaparecerem, junto com a família de 12 pessoas. Apesar das acusações, eles ainda permanecem foragidos.
Investigação e novas revelações
O delegado Gabriel Menezes, da Polícia Civil do Paraná, considera o desaparecimento dos homens como um potencial homicídio, tendo em vista a ausência de comunicação e os indícios de que a dívida gerou uma emboscada. Uma investigação preliminar revelou que a dívida de R$ 255 mil, relativizando um valor inicialmente muito maior de R$ 1 milhão, foi confirmada, e Alencar Gonçalves, arrendatário da propriedade, é o responsável pela contratação dos homens.
A busca das famílias
Uma das mulheres, que se dedicou a procurar por seu esposo junto com os outros desaparecidos, fez um apelo emocionado por ação. “Disseram agora que vão ser feitas as investigações e, somente com algo preciso, eles vão se deslocar. Nenhuma pista, muito estranho”, disse.
O trauma e a incerteza das famílias são palpáveis, levando-as a buscar alternativas para intensificar as buscas. As esposas ainda nutrem esperança de que seus maridos possam ser encontrados com vida. “Eu tenho esperanças porque acredito que ele está escondido…”, comentou uma delas, mostrando a resiliência diante da tragédia.
Reações das autoridades e próximos passos
O delegado Roberval Macedo, responsável pela Deic em São José do Rio Preto, afirmou que irá encaminhar os pedidos de auxilio das mulheres às autoridades do Paraná. Apesar da legislação e das limitações, o delegado expressou compromisso em não desviar os esforços investigativos do caso. O carro pertencente à família dos suspeitos foi apreendido e está sendo periciado em busca de vestígios que possam enriquecer a investigação.
Quem são os suspeitos?
Antonio possui antecedentes por posse ilegal de arma, enquanto Paulo não possui registros na polícia. Além disso, Antonio tentou se lançar na política como candidato a vereador em 2024, mas não foi eleito.
As famílias dos desaparecidos continuam a lutar por justiça e pelo esclarecimento do caso, na esperança de que as investigações se ampliem e tragam à luz a verdade sobre o que aconteceu com os homens que, em busca de resolver uma dívida, se tornaram vítimas de uma terrível situação que ainda permanece sem resposta.
A história dos quatro homens desaparecidos é um lembrete contundente da necessidade de apoio e resposta das autoridades perante situações onde vidas estão em risco.
As investigações continuam e a comunidade se une em busca de justiça.
