Brasil, 20 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Câmara dos Deputados aprova criação de 330 cargos no STJ

A Câmara aprovou 330 novos cargos comissionados no STJ, em meio a pressão para limitar o Poder Judiciário.

A aprovação do projeto gerou reações mistas, refletindo a polarização política atual. Enquanto os apoiadores argumentam que a criação de novos cargos é essencial para garantir a eficiência e agilidade do sistema judiciário, os críticos temem que isso signifique um aumento injustificável nos gastos públicos em um momento em que o Brasil precisa de austeridade fiscal.

Amanhã, a proposta será enviada ao Senado, onde poderá passar por novas análises e, potencialmente, modificações. O cenário no Senado será um teste importante para o governo e seus aliados na busca por fortalecer o Judiciário, ao mesmo tempo em que tentam atender as demandas do Congresso por uma maior fiscalização sobre as ações dos tribunais.

Por outro lado, a pressão da bancada bolsonarista e de outros parlamentares para aprovar a PEC que limita o foro privilegiado pode complicar a atuação do Executivo e do Judiciário, colocando os poderes em rota de colisão e gerando um ambiente de incertezas políticas e jurídicas no país.

Repercussão e comparação com o STF

A criação de novos cargos no STJ não é um fato isolado. Em julho, a Câmara já havia aprovado um projeto semelhante que permitia a criação de 160 novos cargos no Supremo Tribunal Federal. Essa iniciativa, assim como a do STJ, também não previu impacto fiscal significativo, sendo justificada pela necessidade de utilização de recursos já disponíveis no orçamento da Corte.

A repetição dessas ações pode indicar uma tentativa de manter o Judiciário forte e operacional, apesar das tentativas de restrição que partem de setores do Legislativo. No entanto, a crescente pressão para limitar o Judiciário pode criar um ciclo vicioso de desconfiança entre os Poderes, prejudicando a governabilidade e a estabilidade política do Brasil.

Concluindo, a aprovação deste projeto pela Câmara representa não apenas um avanço na estrutura judicial brasileira, mas também um reflexo das tensões políticas que permeiam o ambiente legislativo atual. A forma como o Senado reagirá a esta proposta será crucial para definir os próximos passos na relação entre o Legislativo e o Judiciário, bem como para a posição do governo diante das crescentes reivindicações por mudanças nas estruturas de poder no Brasil.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que determina a criação de novos cargos comissionados, destinados à livre nomeação, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A proposta, que é de autoria do próprio tribunal, prevê a criação de 330 novas vagas, as quais serão distribuídas entre os 33 gabinetes de ministros da corte. Após a aprovação, o projeto será enviado para análise do Senado.

Contexto da aprovação do projeto

A aprovação do projeto ocorre em um momento tenso no cenário político brasileiro, em meio a uma pressão crescente por parte de deputados alinhados com a corrente bolsonarista e de parte dos partidos do Centrão. Esses grupos estão mobilizados em favor de propostas que visam limitar o alcance do Poder Judiciário. Uma das principais propostas em andamento é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa restringir o foro privilegiado, retirando a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar processos contra deputados e senadores.

Além disso, a oposição no Congresso está tentando alterar o texto dessa PEC, buscando uma forma de que o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente alvo em investigações relacionadas a supostas tentativas de golpe, não seja julgado pelo STF. Paralelamente, há discussões sobre outra proposta liderada pelo deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), que exige autorização legislativa para que congressistas sejam investigados, limitando assim as possibilidades de ação do Judiciário.

Oposição critica e apoio do governo

O projeto que cria os novos cargos no STJ recebeu críticas da oposição, que tentou, sem sucesso, adiar a votação da proposta. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) se posicionou contra o texto, levantando preocupações sobre o aumento das despesas do Poder Judiciário em um momento em que muitos cidadãos enfrentam dificuldades financeiras. O deputado Eli Borges (PL-TO) expressou sua indignação, afirmando: “Eu fico imaginando como está o cidadão comum, aqueles que estão lutando para sobreviver. O Brasil não aguenta mais aumentar as despesas do Poder Judiciário brasileiro.”

No entanto, o relator do projeto, deputado Gabriel Nunes (PSD-BA), defendeu a criação dos cargos como uma medida que visa o aprimoramento da agilidade processual no STJ. Em seu parecer, Nunes enfatizou que a proposta não representaria um aumento no limite de despesas primárias, uma vez que os recursos já estavam previstos no orçamento destinado ao STJ para o exercício de 2025.

Reações

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes