Brasil, 21 de agosto de 2025
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Filho de Renato Russo notifica Novo pelo uso indevido de música

Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, contesta uso da música “Que país é este” por Romeu Zema em campanha pela Presidência.

No cenário político atual, as campanhas estão cada vez mais envoltas em polêmicas. Recentemente, Giuliano Manfredini, filho do icônico cantor Renato Russo, noticiou extrajudicialmente o Partido Novo pelo uso da música “Que país é este”, que integra o legado musical de sua família. O tema ganhou notoriedade quando a canção foi utilizada durante o lançamento da pré-candidatura do governador Romeu Zema à Presidência da República, em São Paulo. Manfredini, que é responsável pela Legião Urbana Produções, afirma que não foi consultado sobre a utilização da obra de seu pai, nem pelo Partido Novo nem por Zema.

Contexto da ação

A música “Que país é este”, lançada em 1987, é um hino de protesto e crítica social que perdeu nenhuma de sua relevância ao longo dos anos. Em meio a uma sociedade que ainda se debate com questões políticas e sociais, a canção se tornou um símbolo de resistência. Ao fazer uso dessa obra em um evento de campanha, Zema buscava possivelmente capitalizar em cima da força da mensagem da música. No entanto, Giuliano Manfredini não vê essa conexão de maneira positiva e, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, expressou sua indignação. “Mais uma vez a extrema direita insulta a obra do meu pai, a memória dele, e faz uma afronta aos direitos autorais”, declarou.

Reação do Partido Novo e de Zema

Após a notificação, o Partido Novo se posicionou afirmando que seu departamento jurídico ainda não havia recebido a notificação de Giuliano Manfredini. A expectativa é que a situação seja esclarecida rapidamente, já que utilizações indevidas de músicas podem resultar em consequências legais significativas. Enquanto isso, Zema, embora não tenha comentado diretamente sobre a situação, publicamente compartilhou um vídeo antigo de Renato Russo em que ele defende valores como “tradição, família e propriedade”. Contudo, os comentários nas redes sociais mostraram que muitos internautas interpretaram tais declarações como irônicas e não condizentes com seu legado.

Direitos autorais e uso da música

Além de solicitar a interrupção do uso da música nas redes sociais, Giuliano Manfredini reafirma que, mesmo que houvesse uma solicitação formal, ele não autorizaria o uso de “Que país é este” para fins políticos. “A canção é contra a extrema direita e contra a ditadura”, argumentou, reforçando que ela reflete “valores” que não se alinham com os ideais que Zema representa. Esta não é a primeira vez que o uso de músicas de Renato Russo em contextos políticos gera controvérsia. Em janeiro deste ano, a Justiça de São Paulo já havia determinado que informações sobre perfis que usaram a canção de forma indevida fossem repassadas a Manfredini. Essa medida foi uma resposta ao uso da obra em publicações que contrariam as crenças defendidas pelo cantor durante sua vida.

A importância da música na política

O uso de músicas com significado social ou político em campanhas eleitorais não é uma nova prática, mas a forma como essas canções são empregadas pode gerar reações intensas. No caso de “Que país é este”, a relação entre a letra e a mensagem política se torna ainda mais delicada em tempos de polarização. Giuliano Manfredini não está apenas defendendo os direitos autorais de seu pai, mas também a integridade e a mensagem por trás da música que remete a épocas de luta e resistência.

Em uma sociedade onde a música frequentemente se entrelaça com o discurso político, é crucial que artistas e suas famílias tenham voz e controle sobre como suas obras são utilizadas. A situação envolvendo Renato Russo, Romeu Zema e o Partido Novo é um lembrete poderoso de que mesmo em campanhas políticas, o respeito e a integridade das criações artísticas devem ser preservados. Assim, o legado de Renato Russo continua a ser uma referência não apenas musical, mas também um símbolo de luta e justiça social.

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