O presidente Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (22) os cinco primeiros indicados ao Kennedy Center Honors deste ano, sob sua nova condição de presidente do centro. Entre os homenageados estão o cantor country George Strait, o ator Sylvester Stallone, a cantora Gloria Gaynor, a banda de rock Kiss e o ator e cantor Michael Crawford. As seleções geraram reações diversas, com parte do público e artistas questionando as escolhas.
Escolhas polêmicas e a direção do Kennedy Center
Trump destacou que, apesar de inicialmente não desejar conduzir o evento, foi convidado a ser anfitrião da cerimônia e aceitou. Segundo o presidente, há esforços em andamento para renovar o espaço com o objetivo de elevar sua reputação a um nível de luxo, glamour e entretenimento de alto padrão. “Nossa belíssima sede passará por reformas para recuperar seu prestígio e grandiosidade”, afirmou o centro, em nota oficial.
Desde que retornou ao cargo, Trump assumiu uma postura mais assertiva na gestão do Kennedy Center, nomeando-se presidente e substituindo a diretoria por aliados políticos. Ele também afirmou que planeja uma renovação completa na infraestrutura e uma possível mudança de nome para homenagear o próprio Trump, uma proposta ainda sob avaliação e criticada por setores democratas e figuras tradicionais.
Reações e controvérsias na história do Kennedy Center
O anúncio de Trump reacendeu debates sobre a legitimidade e a seleção dos homenageados. Historicamente, a escolha é feita por um comitê bipartidário e inclui nomes de peso de diversas áreas artísticas, independentemente de alinhamento político. Artistas renomados, como Bob Dylan e Aretha Franklin, já receberam a honraria sem considerações partidárias.
Nos anos recentes, durante a administração de Trump, alguns artistas conservadores e liberais optaram por boicotar a cerimônia, como foi o caso de Norman Lear, que criticou duramente a política federal de corte de fundos para artes. Em 2017, tanto Trump quanto a primeira-dama Melania decidiram não participar do evento, que contou com figuras polêmicas e provocou discussões sobre a relação do presidente com a cultura.
Camadas de conflito e o impacto na cultura
O envolvimento de Trump no Kennedy Center tem sido marcado por controvérsias, incluindo críticas de artistas renomados e tentativas de politização do evento. Recentemente, o presidente também destacou a possibilidade de alterar o símbolo do centro, que foi criado para celebrar a cultura americana, associando-o à sua própria administração e interesses pessoais.
As próximas semanas serão decisivas para entender se o centro realmente passará por uma transformação em seus padrões de reconhecimento e reputação, com observadores atentos às possíveis mudanças na política cultural do país e ao impacto de uma gestão mais alinhada ao governo federal.
Especialistas apontam que a futura direção do Kennedy Center terá que equilibrar a tradição de reconhecimento artístico com os interesses políticos, o que pode redefinir o papel do centro na cultura estadunidense.