Na última terça-feira (19), a polícia de Fortaleza prendeu um homem de 40 anos suspeito de ameaçar vendedores de água de coco na Beira-Mar, um dos principais pontos turísticos da cidade. Com antecedentes criminais relacionados ao tráfico de drogas, ele foi capturado no Centro da capital cearense e autuado por extorsão a permissionários da orla, como parte de uma operação conjunta do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e das forças policiais locais.
Aumenta a pressão sobre ambulantes
Os vendedores e ambulantes da Beira-Mar foram alvo de um esquema criminoso, supostamente organizado por integrantes do Comando Vermelho (CV). Testemunhas relataram que as ameaças começaram a ocorrer após tentativas de controle da venda de produtos como água de coco e bebidas em geral. Com a imposição de um novo modelo de negócio, eles foram forçados a se juntar a um grupo de WhatsApp, denominado “Grupo das Bebidas”, onde os criminosos impõem regras e ameaças.
De acordo com informações recolhidas pela reportagem do g1, a situação é alarmante. Um dos vendedores, que preferiu não se identificar, afirmou que o medo de retaliações os impede de registrar Boletins de Ocorrência. “A gente sabe que há pessoas importantes por trás disso e estamos apenas tentando trabalhar em paz”, disse a testemunha.
O modus operandi da facção
Os criminosos exigem que todos os ambulantes comprem seus produtos de um depósito vinculado à facção, ameaçando consequências graves para aqueles que desobedecerem às ordens. “Se a gente não quiser seguir as regras, é melhor pegar as coisas e ir embora. Do contrário, a gente vai ser ‘espichado’ no calçadão”, relatou uma fonte que se manifestou ao g1. Essa tática de intimidação busca estabelecer um monopólio na venda de produtos na região, que inclui não apenas água de coco, mas também cervejas e refrigerantes.
Um dos membros do grupo, que se apresenta como “PH”, e outro chamado “Netão Marley”, comandam o grupo e dão ordens diretas aos vendedores. As mensagens que circulam no WhatsApp contêm palavras de coerção, além de referências diretas à facção, utilizando emojis e bandeiras vermelhas como sinais de pertencimento.
A resposta das autoridades
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que está tratando o caso com seriedade e que a polícia intensificou o policiamento na Beira-Mar. O Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) assume a responsabilidade pela segurança da área, com o apoio de diversas unidades policiais especializadas. Apesar disso, a sensação de impunidade dos criminosos continua sendo uma preocupação para os trabalhadores da região.
Além da prisão do principal suspeito, as investigações continuam para identificar e capturar outros membros envolvidos no esquema de extorsão. A polícia recolheu celulares durante a operação, o que pode ajudar a desvendar mais informações sobre a atuação da facção.
Impacto na comunidade
A situação tem gerado um clima de tensão entre os trabalhadores, que se sentem acuados. Os ameaçados relatam a existência de um ambiente hostil, o que afeta não apenas suas atividades comerciais, mas também sua segurança e vida cotidiana. Muitos têm medo de falar publicamente sobre as ameaças, o que dificulta a identificação de todos os envolvidos e a restrição das ações da facção.
As autoridades, por outro lado, reforçam que estão dando a máxima atenção ao caso e que qualquer tentativa de intimidação será combatida com rigor. Para os vendedores, no entanto, a situação atual exige não apenas um aumento no policiamento, mas também um suporte mais efetivo do governo e das instituições responsáveis pela segurança pública para que possam realizar seu trabalho sem medo.
Com o compromisso por uma investigação minuciosa e a pressão sobre os vendedores, espera-se que a segurança na Beira-Mar de Fortaleza seja restabelecida rapidamente, permitindo que todos possam usufruir deste espaço turístico sem receios.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no g1 Ceará aqui.
