A deputada estadual Nicole Collier, do Texas, passou a noite no prédio do estado após recusar a escolta policial designada pelos republicanos. Collier, que faz parte de mais de 50 democratas que deixaram o Texas no início do mês em protesto contra uma proposta de redistribuição de distritos, enfrentou uma nova medida de repressão ao seu retorno às sessões legislativas.
Disputa pelo redistritamento e resistência de Collier
Após semanas de conflito, Collier decidiu não aceitar a autorização forçada de deixar o capitólio por agentes do Departamento de Segurança Pública (DPS), o que a levou a permanecer no local durante toda a noite. Em nota, ela afirmou ao Fort Worth Report que “não sabem quanto tempo ficarei aqui, mas é triste que os policiais estejam sendo usados como uma espécie de segurança para garantir o retorno dos deputados republicanos”.
Segundo o presidente da Câmara, Dustin Burrows, deputados que tiveram mandados de prisão emitidos contra eles durante a ausência só poderão deixar o prédio após concordar com uma condição específica: serem entregues ao Departamento de Segurança Pública sob a supervisão de um oficial designado. No entanto, Collier rejeitou essa condição, fortalecendo sua posição de resistência.
Reações e controvérsias
Enquanto alguns críticos consideram a postura de Collier uma afronta às regras, outros apoiam sua decisão de desafiar o procedimento considerado autoritário. Usuários das redes sociais criticaram a ação dos republicanos. Uma pessoa afirmou: “Eles estão prendendo uma deputada eleita para impedir sua voz”.
Jasmine Crockett, representante democrata, comentou ainda que a situação é “fora de controle” e que a situação remete a práticas do passado do sul dos Estados Unidos, chamando a atitude dos republicanos de “outra jogada de Jim Crow”.
Próximos passos e repercussão
Com a chegada de Collier e demais democratas de volta ao Texas, o presidente da Câmara anunciou que os deputados que tiverem mandados de prisão emitidos só poderão deixar o prédio mediante autorização formal. Collier declarou que não pretende se intimidar, e sua resistência reforça o conflito político no estado.
Especialistas avaliam que essa crise política reflete o aprofundamento das disputas sobre o redistritamento e avanços na resistência democrática no Texas, enquanto a opinião pública diverge sobre a legalidade e moralidade das ações dos legisladores.