A Oncoclínicas, que enfrenta dificuldades financeiras, está trabalhando em um aumento de capital que deve superar os R$ 1,5 bilhão inicialmente previstos, segundo fontes próximas à operação. A maior parte do montante viria da conversão de debêntures (títulos de dívida) em ações, com a possibilidade de também envolver um investidor-âncora que responda por uma parte significativa do aporte.
Estratégia para garantir o aumento de capital na Oncoclínicas
Embora a companhia já tenha um capital autorizado de 800 milhões de ações, atualmente emitiu 500 milhões de papéis no mercado. Assim, poderia emitir mais 300 milhões de ações sem necessidade de aprovação dos acionistas. No entanto, a intenção é submeter à assembleia a elevação do capital autorizado para 1,3 bilhão de ações, possibilitando a emissão de até 800 milhões de novas unidades.
Segundo a fonte, uma emissão dessas, ao fechamento de ontem, poderia totalizar pouco mais de R$ 4 bilhões, valor suficiente para quitar a maior parte da dívida da empresa. Ainda que a prioridade não seja zerar o endividamento, o objetivo é reduzir significativamente as dívidas existentes, por meio de uma captação de recursos de R$ 1,5 bilhão, seja em dinheiro ou por meio da conversão de debêntures em ações, acrescida de um bônus de subscrição.
Reações do mercado e desafios da conversão de debêntures
Entre gestores de fundos de investimento nas regiões de Faria Lima e Leblon, circulou a cifra de R$ 2,5 bilhões como potencial captação, mas essa estimativa ainda não foi confirmada oficialmente pela Oncoclínicas. Há, contudo, ceticismo sobre o desenho final do projeto, especialmente quanto à conversão de debêntures em ações.
Um gestor de fundos destacou que essa operação é problemática, pois, geralmente, esses fundos não possuem mandato para converter debêntures em ações. Além disso, é necessário estabelecer um preço de conversão, o que pode complicar o processo.
Perspectivas para a companhia
Segundo a fonte próxima à empresa, a estratégia busca uma solução viável para melhorar a saúde financeira da Oncoclínicas, permitindo ampliar o capital sem depender exclusivamente do aporte em dinheiro. A expectativa é que o anúncio oficial sobre o aumento de capital aconteça em breve, com a definição das condições para os investidores.
Mais detalhes sobre a operação e seus impactos podem ser acompanhados na reportagem do O Globo.