Brasil, 21 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Oposição ameaça obstruir votação do PL da Adultização

A oposição na Câmara dos Deputados anunciou obstrução da votação do PL da Adultização, alegando riscos de censura.

A Câmara dos Deputados vive uma crescente tensão política em torno do Projeto de Lei nº 2.628/2022, conhecido como PL da Adultização. Na manhã desta terça-feira (19/8), a oposição, composta em grande parte por membros do partido PL, anunciou sua intenção de obstruir a votação do requerimento de urgência do projeto, que pode levar à sua apreciação direta no plenário, sem a análise prévia por comissões temáticas.

Argumentos da Oposição

Dentre os principais argumentos apresentados pela liderança da oposição está a alegação de que o projeto serve como um “pretexto para a regulação das redes sociais” por parte do governo. A deputada Carol de Toni (PL-SC), líder da Minoria, expressou suas preocupações em relação ao impacto que a aprovação do projeto poderia ter sobre as plataformas digitais, afirmando: “Fui abordada hoje pelas plataformas e há um excesso de regulamentação. Usa-se o pretexto de combater a sexualização de crianças para controlar as big techs e as plataformas, por meio de uma autoridade que terá poder indiscriminado”.

A proposta do PL da Adultização visa garantir a proteção prioritária de crianças e adolescentes no ambiente digital, assegurando um alto nível de privacidade e segurança em relação aos dados coletados. Contudo, a oposição critica a forma como isso pode se traduzir em mecanismos de vigilância e censura das informações disponíveis online.

Apoio e Críticas ao Projeto

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu pautar a urgência do PL após uma reunião com os líderes partidários, indicando que a votação está marcada para quarta-feira (20/8). Apressionar para que a votação ocorra de forma célere tem gerado divisões entre os partidos, com o bloco bolsonarista reforçando sua posição contrária.

Marcel Van Hattem, líder do partido Novo e também contrário ao projeto, declarou que este oferece ao governo “instrumentos para censurar” a população, condenando a utilização de um assunto tão delicado quanto a proteção das crianças para avançar interesses de controle social. “É um projeto que, lamentavelmente, está sendo utilizado sob o pretexto de combater aquilo que precisa ser combatido, que é pedofilia, para dar ao governo instrumentos para censurar a população brasileira sem uma decisão judicial. Isso é algo muito grave”, destacou o parlamentar.

Contexto do Debate

A intenção de obstruir a votação já demonstrou seus efeitos desde o início do semestre legislativo. Esta seria a segunda tentativa de obstrução por parte da oposição, revelando a intensa disputa política e ideológica em torno desse projeto. Além do PL da Adultização, Motta também pautou mudanças no regimento interno da Câmara, prevendo punições severas a deputados que invadirem o plenário, em resposta a “recentes e graves episódios de ocupação da Mesa”.

Essas medidas refletem a crescente preocupação das lideranças políticas com a segurança e a ordem durante as sessões legislativas, dimensionando um clima de tensão que permeia as interações e decisões dentro do legislativo.

Repercussão na Mídia e nas Redes Sociais

O tema da adultização foi impulsionado por um vídeo divulgado pelo youtuber Felipe Breassanim Pereira, conhecido como Felca. No conteúdo, ele denuncia a “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais, chamando atenção para a urgência do debate na sociedade e no Congresso Nacional. O presidente da Câmara expressou seu apoio à iniciativa, descrevendo o tema como urgente e relevante.

Amanhã, uma comissão geral será realizada no plenário para discutir o PL da Adultização, o que pode influenciar o desfecho das votações. Contudo, a oposição promete resistência, e a expectativa é de que novas tensões entrem em cena durante a discussão.

Esse embate reflete uma batalha política mais ampla sobre a regulamentação das mídias digitais e os direitos da infância, com implicações que podem ressoar muito além do Parlamento, adentrando na vida cotidiana dos cidadãos brasileiros.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes