O estado do Piauí apresentou avanços significativos no Índice de Inovação dos Estados, subindo do 24º lugar em 2021 para o 19º em 2025. O novo ranking foi divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e reflete melhorias em diversos indicadores, embora o estado continue a se destacar negativamente em relação ao investimento em tecnologia e ciência.
O índice de inovação nos estados brasileiros
O Índice de Inovação é uma ferramenta crucial que avalia a capacidade inovadora dos estados brasileiros. Ele é dividido em duas dimensões principais: Capacidades e Resultados. A dimensão de Capacidades analisa recursos, estrutura, investimento público em ciência e tecnologia, capital humano, infraestrutura e instituições, enquanto a dimensão de Resultados mensura os efeitos finais do processo inovador.
No novo levantamento, o Piauí avançou em áreas como Instituições, onde subiu da 17ª para a 8ª posição nacional, e Sustentabilidade Ambiental, passando do 15º para o 7º lugar. Outro destaque importante foi o indicador Propriedade Intelectual, que viu o estado subir do 24º para o 21º lugar. Esse crescimento é um reflexo do aumento no registro de patentes, marcas, desenhos industriais e contratos de pesquisa, mostrando um aumento na capacidade de inovação e proteção de invenções no estado.
Desempenho e desafios do Piauí
Entre 2024 e 2025, o Piauí também teve um progresso destacado na dimensão de Capacidades, subindo cinco posições, indo da 22ª para a 17ª colocação nacional. Segundo Guilherme Muchale, gerente do Observatório da Indústria do Ceará, esse desempenho indica “uma transformação estrutural importante para o futuro do estado”.
Muchale também ressaltou que o compromisso com práticas sustentáveis, em conjunto com um ambiente institucional eficiente e a crescente proteção da propriedade intelectual, cria “condições favoráveis para o empreendedorismo e atração de investimentos”. Este otimismo, no entanto, contrasta com a realidade de que o Piauí permanece entre os estados que menos investem em ciência e tecnologia no Brasil, um fator que pode limitar o potencial de crescimento e inovação em longo prazo.
A importância do investimento em ciência e tecnologia
O investimento em ciência e tecnologia é essencial para qualquer estado que busca se desenvolver e competir em um mundo cada vez mais globalizado e tecnológico. A falta de recursos direcionados para estas áreas, conforme relatado por fontes oficiais, pode retardar o progresso econômico e social, dificultando a capacitação de profissionais e o surgimento de novas empresas inovadoras.
As ações públicas e privadas devem ser voltadas para a promoção de investimentos em infraestrutura, educação e pesquisa, a fim de fomentar um ecossistema de inovação robusto. O Índice de Inovação dos Estados, ao mapear essas variáveis, oferece uma visão clara sobre a situação e sugere áreas que precisam de maior atenção e financiamento.
A necessidade de políticas públicas eficazes
Com os dados apresentados, fica evidente a necessidade urgente de políticas públicas que fomentem não apenas a inovação, mas também a retenção e formação de talentos no Piauí. A criação de incentivos para empresas investirem em pesquisa e desenvolvimento, além de parcerias entre universidades e o setor privado, podem acelerar esse processo.
A promoção de um ambiente mais favorável à inovação poderia, assim, transformar Piauí em um polo de tecnologia e ciência regional, atraindo não apenas investimentos, mas também profissionais qualificados. Isso não apenas melhoraria o posicionamento do estado no Índice de Inovação, mas também traria benefícios concretos à sua população, elevando a qualidade de vida e gerando novas oportunidades de emprego.
Com um avanço notável, mas ainda com muitos desafios pela frente, o futuro do Piauí em relação à inovação depende de um comprometimento conjunto entre o governo, a iniciativa privada e a sociedade civil. Um esforço colaborativo que certamente será crucial para a consolidação do estado como um exemplo de desenvolvimento sustentável e inovador.