Brasil, 19 de agosto de 2025
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Seca extrema em Fartura do Piauí: criadores estão vendendo animais para salvar rebanho

A seca no Piauí está levando agricultores a venderem seus animais em uma tentativa desesperada de salvar rebanhos afetados pela estiagem.

A severa seca que atinge cidades no semiárido do Piauí, especialmente em Fartura do Piauí, está causando preocupações sérias para os agricultores locais. Em meio a essa crise hídrica, faltam recursos para a compra de água potável, tanto para o consumo humano quanto animal. Os moradores da região enfrentam um cenário alarmante, com a Lagoa da Fartura completamente seca e a falta de pasto levando criadores a vender seus animais para evitar a morte por sede.

O impacto da seca em Fartura do Piauí

A situação em Fartura do Piauí é crítica. De acordo com a secretária municipal de Agricultura, Rosileide Braga, a falta de chuvas afetou severamente a produção agrícola. “Aqui, plantamos milho, feijão e mandioca, e este ano não tivemos sucesso nenhum. A mandioca está totalmente perdida, pois sem chuvas ela não cresceu”, relatou Rosileide, ressaltando que muitos criadores estão sendo obrigados a vender parte de seus rebanhos para aliviá-los do sofrimento causado pela falta de água. “Estão vendendo uns para socorrer os outros. Não choveu para criar pasto”, completou.

Para suprir a falta de água, o município de Fartura do Piauí recebe apoio de 19 caminhões-pipa, que atendem cerca de cinco mil moradores. Contudo, o custo de cada carga, que gira em torno de R$ 1.200, é exorbitante para muitos que sobrevivem com um salário mínimo. “Nós estamos sobrevivendo bebendo água de caminhão-pipa. Na torneira não tem. Quem recebe um salário mínimo não tem condições de comprar água”, enfatizou Rosileide.

Abastecimento crítico em São Raimundo Nonato

Outro município fortemente afetado pela seca é São Raimundo Nonato, onde a barragem Petrônio Portela possui apenas 10% de sua capacidade total, insuficiente para abastecer a população local e outros seis municípios da região. O prefeito Rogério Castro (MDB) informou que a situação é alarmante e que o reservatório, que tem capacidade para armazenar até 180 milhões de metros cúbicos de água, está com apenas 20 milhões em sua capacidade. “A situação é crítica. Nós vivemos o momento da pior seca”, afirmou o prefeito.

Além da escassez de água, o pouco líquido que chega às torneiras também é de má qualidade. “A água está saindo barrenta, praticamente inutilizável”, destacou Rogério Castro, referindo-se à água salinizada e eutrofizada que, mesmo assim, está sendo fornecida à população. Para tentar resolver a situação, o prefeito mencionou a utilização de poços profundos na região da Serra Branca, mas ressaltou que essas fontes também são de difícil tratamento, apresentando águas quentes e ferruginosas.

Estratégias para enfrentar a crise hídrica

O governo federal já reconheceu a situação de emergência em 126 municípios piauienses, mas medidas práticas e eficazes ainda são necessárias para amenizar a crise hídrica. O projeto da Adutora da Serra da Capivara, mencionado pelo prefeito, pode ser uma solução a longo prazo para aumentar o abastecimento de água na região, porém a implementação é um desafio que demanda tempo e investimento.

A comunidade local enfrenta uma luta diária e desesperada por água, e a situação só tende a piorar se não forem tomadas providências efetivas. A seca não afeta apenas os rebanhos, mas também a subsistência dos agricultores, tornando urgente a necessidade de ações governamentais e apoio à população que, diariamente, lida com o impacto devastador da estiagem.

O futuro da agricultura e da pecuária na região

A esperança de uma mudança climática que traga as chuvas de volta não é garantida, e os agricultores de Fartura do Piauí e regiões adjacentes estão enfrentando um futuro incerto. Com a pressão da seca, as escolhas se tornam cada vez mais difíceis e a solidariedade entre os criadores e agricultores é vital para a sobrevivência. A situação desafia não apenas a resiliência das comunidades locais, mas também a capacidade de resposta do governo e a mobilização de apoio para enfrentar a crise, visando o fortalecimento e a recuperação da agricultura e da pecuária na região.

Enquanto a crise hídrica persistir, a urgência por soluções práticas e sustentáveis se torna ainda mais evidente, para que o Piauí possa voltar a florescer e garantir condições dignas de vida para seus habitantes e seus rebanhos.

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