Brasil, 19 de agosto de 2025
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Términos inacabados: episódios finais da obra de Machado de Assis

Nilda Raw explora a crítica social em seu novo capítulo, refletindo sobre a humanidade e a literatura contemporânea.

No universo da literatura e na análise crítica da sociedade, o novo episódio da série “Términos inacabados” traz à tona discussões sobre a autonomia feminina e a relação entre tecnologia e criação literária. Nela, Nilda Raw, uma voz forte e provocadora, nos apresenta reflexões não apenas sobre a obra de Machado de Assis, mas também sobre como a modernidade se conecta aos dilemas contemporâneos.

A autonomia feminina em foco

A narrativa inicia-se com uma citação de Machado de Assis que revela um aspecto essencial da condição feminina: a escolha consciente. As palavras do autor refletem como as mulheres, conscientes de suas ações, avaliam e decidem seus caminhos, desafiando a ideia de que são meras vítimas de suas circunstâncias. Essa proposta de autonomia é resgatada por Raw, que a insere em um contexto atual, onde o empoderamento da mulher se faz cada vez mais presente e necessário.

O cenário apresentado na obra remete a um “País da impunidade seletiva”, onde a quadrilha de Franz permanece impune, simbolizando as injustiças que permeiam a sociedade. A figura de Jerusa, uma personagem central, critica o uso da Inteligência Artificial (IA) na criação literária, argumentando que a utilização de algoritmos para promover obras literárias pode levar a uma atrofia da imaginação e um déficit cognitivo. Essa crítica ressoa fortemente no debate atual sobre a autenticidade e a originalidade na era digital.

A inteligência artificial e a literatura contemporânea

A sociedade contemporânea testemunha uma intensa discussão acerca do uso da IA. Jerusa, ao se referir à Inteligência Artificial como “Inteligência não Natural”, levanta questionamentos sobre a verdadeira essência da criatividade. O conflito entre inovação tecnológica e a preservação da originalidade literária é palpável, e a narrativa comunica a urgência de se refletir sobre os impactos dessa tecnologia nas futuras gerações de escritores e leitores. Muitos se mostram temerosos em usar ferramentas digitais, não apenas por receio da crítica, mas pela própria compreensão do que é chamado de “progresso”.

Em resposta a essas questões, a autora se vale de uma citação de Arthur Schopenhauer: “Há épocas nas quais o progresso é reacionário e o reacionário é progressista.” Com isso, Nilda Raw convida o leitor a refletir sobre as nuances do que consideramos avanço e tecnologia, ressaltando que, em várias ocasiões, inovações podem não se alinhar com um verdadeiro progresso social.

Reencontro e nova fase de vida

A trama nos leva também a um reencontro significativo entre Jerusa e Braz Meson, que culmina em uma reconciliação sem euforias, mas cheia de significado. Este momento revela não apenas um aspecto pessoal, mas também uma questão profissional: eles decidem juntos fundar uma editora chamada “Tolas”, buscando através da literatura a conservação e promoção das obras de Machado de Assis. A escolha do nome da editora, com certeza, reflete um espírito rebelde contra as convenções e as expectativas do mercado literário atual.

Jerry, a protagonista, se afasta das pautas convencionais e traz uma nova proposta literária com sua “literatura não alinhada”, desafiando normas e abrindo espaço para outras vozes artísticas. Por outro lado, Braz transforma sua carreira de influencer em uma função mais crítica e profunda, adotando a autodenominação de “afluencer”, o que indica um movimento para além do superficial, considerando os desafios éticos e sociais que cercam suas plataformas.

Considerações finais

A obra de Nilda Raw, ao abordar temas como a autonomia feminina, a crítica à era da inteligência artificial e as novas formas de expressão literária, se destaca por sua relevância e profundidade. O encerramento da série “Términos inacabados” promete trazer mesmo mais reflexões sobre a condição humana e suas interações em um mundo cada vez mais tecnológico e impessoal. Com uma narrativa que valoriza não apenas a estética literária, mas também os pressupostos éticos e sociais, a autora nos convida a um mergulho profundo em questões que nos afetam diretamente no cotidiano.

Portanto, o que surge de “Términos inacabados” não é apenas a conclusão de uma saga, mas um convite a novos começos e à reflexão contínua sobre o significado da literatura e a condição humana em nossa sociedade.

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