Apesar das pressões internacionais e dos esforços militares ucranianos, Vladimir Putin continua firme em seu objetivo de consolidar o controle sobre o Mar Negro, uma estratégia fundamental para a projeção de poder da Rússia na região.
Exercícios navais refletem preparação para futuras batalhas
No exercício naval “July Storm”, a Marinha russa simulou táticas usadas contra o fleet ucraniano, incluindo ataques com drones e mísseis. Putin explicou que as manobras visam treinar forças em “ataques marítimos não convencionais” e aprender com experiências recentes no Mar Negro.
Com a capacidade de destruir uma parte significativa da frota ucraniana com drones explosivos, a Rússia demonstra seu foco em ampliar suas operações além do conflito atual na Ucrânia, preparando-se para batalhas futuras na região.
A importância histórica da dominação do Mar Negro para a Rússia
Desde os tempos de Pedro, o Grande, até Stalin, a dominação do Mar Negro foi central nos esforços russos de ampliar sua influência. Putin reafirma esse legado ao ver o controle da região como parte de sua identidade como potência civilizacional e nação que transcende suas fronteiras oficiais.
Seu objetivo é estabelecer uma esfera cultural e geopolítica que vá além da Rússia, estendendo-se pelo Mediterrâneo, Oriente Médio e África. Dominar o Mar Negro é uma peça-chave para essa estratégia global.
Expansão territorial e desafios políticos
Após a adesão de Finlândia e Suécia à NATO em 2023 e 2024, Putin reforçou sua presença na região ao ocupar partes da Geórgia (2008), a Crimeia (2014) e territórios na Ucrânia, como Sevastopol, Kherson e Zaporizhzhia, após sua invasão de 2022. Esses movimentos ampliaram a posição militar da Rússia na região e restringiram a influência ocidental.
Para Moscou, controlar o Mar Negro é estratégico para desafiar a segurança europeia, garantir rotas energéticas e alimentar os corredores de grãos, fazendo da região um palco central na confrontação com a Europa.
O panorama internacional e o impacto na segurança europeia
Com a retirada percebida dos EUA e a postura ambígua de alguns aliados, Putin pode se sentir mais à vontade para testar as fragilidades do continente. Desde a eleição de Trump, a Europa tenta fortalecer suas defesas, elevando seus gastos militares para até 5% do PIB.
A ocupação de territórios na região do Mar Negro reforça o papel de Putin na configuração do cenário de segurança na Europa, colocando o continente na linha de frente de um conflito que também se estende ao Mediterrâneo, Oriente Médio e África.
Especialistas alertam que a persistência de Putin na busca pelo controle do Mar Negro continuará a moldar o equilíbrio de poder na Europa por anos, configurando uma região de alta tensão e constante disputa de influência.