Na região das Montanhas Capixabas, no sul do Espírito Santo, a prática de colheita de morangos, com pagamento por quilo, virou uma atração turística que cresce a cada fim de semana. A atividade, realizada em sítios como o Empório do Morango, atrai milhares de visitantes que buscam uma experiência rural e deliciosa, contribuindo para a economia local.
Colheita de morangos se torna atração turística em Castelo
Situado a um quilômetro da Igreja de Forno Grande, o sítio Empório do Morango, gerenciado pela família Kuster, recebe visitantes para a prática da colheita de morangos frescos nos fins de semana e feriados. Outros quatro sítios na região também adotaram o sistema “colha e pague”, impulsionado durante a pandemia e que hoje movimenta bastante a economia rural local.
Antes, a produção era vendida aos supermercados por R$ 10 o quilo, mas, com o sistema de visitação, os visitantes levam para casa morangos que chegam a custar R$ 35 o quilo. Cada visitante pode colher, em média, até 2 quilos de fruta, uma experiência que une lazer e renda extra para as famílias produtoras.
A inovação na produção e o impacto econômico
A família Kuster investiu R$ 390 mil em um sistema hidropônico, com 26 mil plantas cultivadas em estufas que garantem produção durante todo o ano. As estufas, rodeadas por lavandas aromáticas, proporcionam controle de temperatura e umidade, além de proteção contra pragas e intempéries. Assim, as plantas produzem cerca de dois quilos de morangos por ano, quase o triplo do sistema convencional de plantio no chão.
O suíço Jefferson Kuster conta que, com o trabalho da família, de sete funcionários, e a adesão dos visitantes, a renda mensal praticamente dobrou após a adoção do sistema de turismo agrícola. “Hoje, recebemos de 500 a 600 pessoas por fim de semana, e cada um colhe seu próprio morango, com pouquíssimo desperdício”, afirma.
Produção sustentável e preservação
Todo o sistema utiliza fertirrigação, com redução do uso de defensivos químicos, adotando fertilizantes biológicos. Além disso, o espaço conta com um lavandário que, além de gerar renda extra, recebe eventos como casamentos e chás-revelação. A infraestrutura reforça o potencial turístico e sustentável da região.
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a região serrana do Espírito Santo, incluindo municípios como Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante, é a maior produtora de morangos do Estado, cultivando cerca de 300 hectares e produzindo aproximadamente 10 mil toneladas por ano.
Com esse modelo de produção, combinando tecnologia, sustentabilidade e turismo, a região fortalece sua economia agrícola, promovendo uma nova forma de aproveitar o morango além do mercado convencional.
*A jornalista viajou a convite do Sebrae-ES
Para saber mais sobre o impacto do turismo agrícola, acesse o reportagem completa.