Brasil, 19 de agosto de 2025
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Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem atuação apagada no governo

Luiz Marinho, ministro do Trabalho, enfrenta dificuldades e críticas em sua gestão, acumulando derrotas em projetos relevantes.

Desde sua nomeação, Luiz Marinho, um dos mais longínquos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem enfrentado desafios em sua função como ministro do Trabalho. Sua gestão, marcada por um papel secundário no governo, tem se refletido em uma série de derrotas em propostas que ele mesmo comprometeu-se a implementar. Entre os principais projetos que não avançaram estão o fim do saque-aniversário do FGTS e a regulamentação dos trabalhadores autônomos de aplicativos. Em recente anúncio sobre um plano de socorro a empresas afetadas pelo aumento de tarifas nos EUA, Marinho se viu à margem das discussões, e suas sugestões acabaram excluídas do pacote.

Desafios enfrentados por Marinho

Apesar das dificuldades e das críticas que têm surgido tanto internamente quanto externamente, a permanência de Marinho no ministério é considerada garantida até abril de 2025, quando ele pretende concorrer à reeleição como deputado federal. A expectativa no governo é que ele consiga inserir seu sucessor, Francisco Macena, no cargo antes de sua saída. Marinho, porém, não quis comentar sobre sua situação ao ser contatado para uma entrevista.

A busca por soluções para situações adversas, como a que o Brasil enfrenta em decorrência de políticas externas, tem sido um dos focos da equipe do Ministério do Trabalho. No recente pacote de medidas, tanto as centrais sindicais quanto a pasta desejavam reativar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vigorou durante o governo Dilma Rousseff. Entretanto, a decisão do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, foi outra: priorizar a concessão de crédito subsidiado para as empresas em dificuldades. Assim, a responsabilidade pela redução da jornada de trabalho foi delegada aos acordos coletivos, deixando Marinho em um papel ainda mais secundário.

Falhas na execução de propostas

Marinho e seus auxiliares reconheceram que a participação do Ministério do Trabalho na formulação do pacote foi bastante limitada. O ministro não teve presença nos encontros com o setor privado, o que evidencia a fraqueza de sua posição. Trechos de propostas elaboradas e ideias que pareciam promissoras não se concretizaram. Durante um evento recente no Palácio do Planalto, o presidente Lula cobrou publicamente um retorno em relação à regulamentação da Lei Paul Singer, sancionada em 2024, que visa fomentar o associativismo e cooperativismo no país. “Foi mais fácil aprovar a lei do que regulamentar”, afirmou Lula, questionando sobre os obstáculos para a implementação.

Aliados do ministro atribuem suas dificuldades a um Congresso que se mostra hostil a pautas trabalhistas. Entretanto, é inegável que as vitórias em sua gestão são poucas em comparação com as derrotas. Uma das iniciativas que teve sucesso foi a edição de uma Medida Provisória para liberar temporariamente os valores do FGTS retidos de trabalhadores demitidos que optaram pelo saque-aniversário. No entanto, a regra que bloqueia valores do fundo em caso de desligamento ainda permanece, frustrando as expectativas de Marinho.

Expectativas e perspectivas futuras

Em fevereiro, Marinho reconheceu a desistência de acabar com o saque-aniversário, alegando falta de apoio político. “O Parlamento diz que não tem chance de prosperar (o fim do saque-aniversário)”, declarou. Isso ressoa a insatisfação de muitos em sua pasta, que percebem a ineficácia de algumas de suas principais propostas desde que assumiu o cargo.

Outro ponto importante em sua agenda, o projeto de lei que garantia direitos aos motoristas de aplicativos, enfrentou resistência de diversos setores e perdeu força no Congresso. As críticas focaram na falta de diálogo do ministro com os envolvidos e na ausência de uma estratégia clara de comunicação. Com uma comissão especial sendo formada na Câmara dos Deputados para discutir a regulamentação do trabalho em aplicativos, a falta de apoio ao projeto apresentado pelo governo fica ainda mais evidente.

Recentemente, o adiamento da portaria que restringe o trabalho em feriados no comércio mostra mais um revés na gestão de Marinho. Com a nova data fixada para março de 2026, o ministério demonstra uma postura de recuo sob pressão de entidades empresariais e da Frente Parlamentar do Empreendedorismo. Esses acontecimentos colocam Marinho em um cenário complicado, onde suas ações são constantemente avaliadas e pressionadas por uma dinâmica de poder muito mais ampla.

Por fim, a trajetória de Luiz Marinho à frente do Ministério do Trabalho certamente será observada com atenção, especialmente com sua candidatura à reeleição se aproximando. Os resultados de sua gestão até o momento indicam um caminho cheio de desafios que ele precisará superar para conquistar a atenção e a confiança do eleitorado e dos colegas de governo.

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