No último domingo, o Vasco da Gama proporcionou uma exibição memorável ao derrotar o Santos por 6 a 0 no Morumbi. Esse resultado, além de ser uma histórica goleada, trouxe alívio ao técnico Fernando Diniz, que viu sua equipe criar várias oportunidades de gol em jogos anteriores, mas sem conseguir finalizar de forma eficaz. A partida gerou uma questão importante para Diniz: como seguir adiante sem utilizar o tradicional “camisa 9”, representado pelo artilheiro Pablo Vegetti, que estava suspenso? A dúvida sobre a formação ideal pode ser um divisor de águas na temporada.
Pablo Vegetti e seu papel na equipe
Vegetti, artilheiro do Brasil com 22 gols na temporada e vice-artilheiro do Brasileirão, é um ícone para a torcida cruz-maltina. No entanto, sua atuação com a proposta de jogo de Diniz apresenta desafios. O atacante, com um estilo mais posicional e poderoso no jogo aéreo, contribui pouco na construção das jogadas, que exige mais dinamismo e envolvimento coletivo. Isso poderia explicar em parte as dificuldades que o Vasco enfrentou nas recentes jogadas ofensivas.
A estratégia vitoriosa contra o Santos
No confronto contra o Santos, David foi o escolhido para substituir Vegetti, atuando mais aberto pela esquerda, o que permitiu que o meia Nuno Moreira assumisse um papel central de articulação. Isso liberou espaço para Philippe Coutinho, que teve a melhor performance da temporada, marcando dois gols e contribuindo significativamente para o bom desempenho da equipe. Este novo posicionamento não apenas melhorou a dinâmica do time, mas também proporcionou uma liberdade criativa antes não explorada.
A movimentação tática e suas consequências
Com David posicionado mais à esquerda e Nuno atuando no meio, o Vasco pôde trocar passes mais curtos e rápidos, criando triangulações no último terço do campo. A liberdade de Coutinho para flutuar e invadir espaço atrás da defesa do Santos foi uma peça-chave para a vitória. Isso resultou em um aumento significativo das ações dentro da área adversária e um incremento nas grandes chances criadas. Os números do Sofascore demonstram que, mesmo com menos finalizações e passes, o Vasco foi mais efetivo na criação de oportunidades.
Comparado aos seus últimos jogos, Coutinho teve um aumento significativo nas ações com a bola, passando de uma média de 56 para 89 toques na partida, o que mostra sua influência no jogo.
Decisões cruciais para o futuro do time
O êxito em liberar Coutinho em um papel mais dinâmico e menos fixo levanta a questão: o Vasco deve continuar a explorar essa formação sem um centroavante tradicional? Fernando Diniz parece considerar essa possibilidade, afirmando que a equipe pode jogar sem um atacante de referência, e destacando o trabalho desenvolvido nos treinos com David. O desafio agora será aplicar essa proposta em um contexto diferente, especialmente no próximo jogo contra o Juventude, onde a pressão por pontos é alta.
Com a vitória expressiva sobre o Santos, Diniz agora se encontra diante de uma encruzilhada tática. Sua escolha de escalar ou não Vegetti contra adversários que exigem mais criatividade será analisada com muita expectativa. Onde antes parecia ser uma constante a dependência de um “camisa 9”, o cenário atual traz novos horizontes, convidando a equipe a adotar um estilo de jogo mais versátil.
A luta do Vasco na tabela, especialmente com um jogo decisivo contra o Juventude pela frente, torna a mensagem clara: a equipe precisa de resultados, e as escolhas táticas podem significar a diferença entre sucesso e fracasso. O futuro do Vasco sob o comando de Diniz poderá ser moldado por essa avaliação. Assim, moradores e torcedores do Rio de Janeiro aguardam ansiosamente as próximas decisões que influenciarão o caminho do clube na competição.