O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (18) que o Brasil deve adotar uma postura pragmática diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em evento com empresários, ele defendeu uma estratégia de negociação que inclua “entregar vitórias” ao presidente Donald Trump, buscando concessões em troca da retirada das tarifas.
Negociação e estratégia diante das tarifas dos EUA
Durante o painel “Reflexões sobre São Paulo e Brasil”, realizado no evento Warren Day em São Paulo, Tarcísio destacou a importância de entender o estilo do presidente americano, que vive de colher vitórias na economia da atenção. “Por que não entregar algumas vitórias?”, questionou o governador. Segundo ele, essa abordagem pode facilitar acordos e evitar prejuízos ao país.
Críticas ao “tarifaço” e impactos na economia paulista
O governador criticou o que chamou de “tarifaço”, que atingiu setores estratégicos da economia paulista, como a Embraer, indústria de pneus, máquinas, equipamentos, além de segmentos do agronegócio, como café e suco de laranja. Tarcísio destacou que, apesar de medidas emergenciais, como linhas de crédito subsidiado e liberação de créditos de ICMS, esses esforços são apenas temporários e não resolvem o problema estrutural.
“O que resolve é sentar à mesa e negociar. Tarifa não protege ninguém. Fecha o mercado, desestimula a produtividade, a digitalização e o investimento em eficiência. No fim, todos perdem”, afirmou.
Investimentos brasileiros nos EUA como vantagem nas negociações
O governador ressaltou que a presença de empresas brasileiras no mercado americano, como investimento na própria economia dos EUA, pode ser usada como sinal de confiança mútua nas negociações. “A economia americana é 15 vezes maior que a nossa. Então, precisamos sentar, colocar algo na mesa e pedir algo em troca”, explicou.
Comparações internacionais e urgência de ações
Ele também citou exemplos de países como México, Japão e membros da União Europeia, que conseguiram reverter parte das medidas protecionistas de Trump. “O Brasil não pode ficar para trás. Todo mundo está resolvendo, e a gente também tem que resolver”, finalizou Tarcísio.
Segundo ele, uma postura de diálogo e negociação é fundamental para proteger os setores estratégicos brasileiros e impulsionar a retomada econômica.
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