A partir desta quinta-feira (21), trabalhadores com operações antigas de crédito consignado terão a possibilidade de fazer a portabilidade pelo celular, sem precisar sair de casa. A medida faz parte do esforço do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de expandir o acesso ao Crédito do Trabalhador, que oferece taxas menores, e beneficiará cerca de 4 milhões de contratos antigos até novembro.
Expansão da portabilidade do consignado para CLT
Os contratos antigos dizem respeito a empregados que trabalhavam ou ainda trabalham em empresas com parcerias bancárias para concessão de empréstimos com desconto em folha. Este modelo, que será extinto em novembro, será substituído por uma linha de crédito mais acessível e transparente, disponível também pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital ou no site oficial da Carteira de Trabalho Digital.
Desde junho, já era possível migrar operações do crédito consignado privado para bancos diferentes, buscando melhores condições. Agora, esse procedimento será ampliado para contratos antigos, com uso do aplicativo do banco ou plataforma digital, visando facilitar a troca e ampliar a concorrência no setor.
Como funciona a transferência pelo aplicativo e site
Com o Crédito do Trabalhador, o trabalhador autoriza o compartilhamento de dados pessoais, como CPF, tempo de empresa e margem disponível para o empréstimo. Em até 24 horas, as instituições financeiras enviam ofertas com condições variadas.
- O trabalhador analisa e escolhe a proposta com menor juros;
- O pagamento é descontado direto na folha de pagamento;
- Até 35% da renda mensal pode ser comprometida com o pagamento das parcelas.
Como solicitar a portabilidade
Para fazer a solicitação, o trabalhador deve verificar se a instituição financeira oferece o crédito para CLT, solicitar a portabilidade pelos canais digitais do banco (site ou app), e, a partir de 21 de agosto, poderá também usar o aplicativo Carteira de Trabalho para solicitar a migração, com atendimento gradual até novembro.
O procedimento consiste na quitação da dívida anterior pela nova instituição, que assume automaticamente o crédito, adotando os juros e prazos da nova linha.
Impactos e benefícios para os trabalhadores
Segundo dados do Ministério do Trabalho, até a semana passada, o Crédito do Trabalhador já havia emprestado R$ 27,8 bilhões a 3,9 milhões de trabalhadores, com uma média de juros de 3,58% ao mês. Aproximadamente 60% desses beneficiários ganham até quatro salários mínimos.
“Essa ampliação da portabilidade deve ampliar a competição, reduzir juros e tornar o crédito mais acessível a todos os trabalhadores”, afirmou João Pereira, secretário de Políticas de Emprego do Ministério do Trabalho.
Próximos passos e média de uso
Com a migração digital mais acessível, espera-se que muitos trabalhadores aproveitem a oportunidade para trocar dívidas mais caras por condições melhores, contribuindo para a redução do endividamento e o aumento do poder de compra. Até o momento, o programa tem demonstrado grande adesão, impulsionando o acesso a crédito mais barato para quem ganha até quatro salários mínimos.
O Ministério do Trabalho anunciou que continuará ampliando as soluções digitais para facilitar o crédito para os trabalhadores, com o objetivo de aumentar a inclusão financeira na base da população com carteira assinada.
Fonte: Agência Brasil
