Em um caso que abalou a cidade de Fortaleza, o advogado Paulo Marcelo Silva Freire, de 46 anos, foi assassinado na última quinta-feira (14) durante um ataque a tiros no Bairro João XXIII. A investigação revelou que o advogado estava supostamente envolvido em negociações para a soltura de seus clientes e, segundo testemunhas, realizou um pagamento a policiais militares antes do trágico incidente.
Detalhes do assassinato
Na mesma ocasião em que Paulo Marcelo foi morto, seu cliente, Ítalo Jardel Menezes da Silva, de 27 anos, foi baleado e acabou falecendo no hospital. Um terceiro ocupante do veículo, que não teve sua identidade divulgada, sobreviveu ao ataque. A Polícia Civil investiga se há conexão entre a morte do advogado e as negociações que ele conduziu para a libertação de seus clientes.
Segundo depoimentos de testemunhas, Paulo Marcelo teria sido acionado após uma abordagem da Polícia Militar a Ítalo e ao sobrevivente. Uma equipe da Força Tática deteve os homens em uma residência localizada na Vila Rosângela, onde foram encontrados um revólver e drogas. Naquele momento, um amigo dos detidos entrou em contato com um parente e pediu que um advogado fosse até o local. Paulo Marcelo se apresentou para atender a situação.
A negociação e a perseguição
Após chegar, Paulo Marcelo conversou com um dos policiais e, de acordo com relatos, esteve cerca de trinta minutos na residência. Testemunhas afirmaram que o advogado mencionou ter conseguido R$ 5 mil para a soltura de Ítalo e do outro homem detido, embora não tenha mencionado explicitamente o pagamento aos policiais. Ao sair, os dois homens deixaram o local com Paulo no carro do advogado.
Enquanto circulavam pela cidade, os três foram perseguidos por um carro branco, culminando em uma emboscada que resultou em disparos de arma de fogo. Paulo Marcelo foi atingido por sete tiros e morreu no local, enquanto Ítalo foi baleado na cabeça e não resistiu no hospital. O terceiro ocupante, apesar de ferido, conseguiu desembarcar e se esconder até a chegada da polícia.
Investigação e prisão do suspeito
As investigações da Polícia Civil avançaram rapidamente. O carro utilizado pelo atirador foi localizado e ligado a Luiz Henrique Galdino Braga, de 27 anos, que acabou sendo preso no último sábado (16), no Bairro Parreão. Ele era o locatário do veículo e entrou em contato com a locadora para averiguar sobre um suposto roubo do carro no dia seguinte ao crime.
A análise da movimentação do veículo revelou que ele havia saído da Vila Rosângela, onde a polícia efetuou a abordagem, e dirigiu-se ao local do crime antes de retornar a uma casa onde Luiz residia. Quando a polícia conseguiu localizá-lo, ele já havia deixado a residência, o que levantou suspeitas sobre sua intenção de fugir.
Antecedentes e medidas judiciais
O suspeito, que tem um extenso histórico criminal, incluindo crimes contra a administração pública, roubo, tráfico de drogas e homicídios, foi apresentado em audiência de custódia no último domingo (17), onde a prisão preventiva foi decretada por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. A decisão do juiz destacou os indícios sólidos que ligam Luiz ao crime, considerando sua mobilidade e o fato de ter deixado sua casa precipitadamente na noite do crime.
Contextualização e repercussão
Este caso destaca questões complexas sobre a relação entre advogados e a polícia, bem como as consequências de atividades criminosas em bairros vulneráveis. A morte de Paulo Marcelo e Ítalo revela os riscos associados a práticas ilícitas e levanta preocupações sobre a segurança jurídica na cidade. A comunidade e as autoridades locais estão atentas às investigações em andamento, esperando que a justiça seja feita e que casos como esses não se tornem comuns nas ruas de Fortaleza.
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