Brasil, 18 de agosto de 2025
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Inteligência artificial e inovação no combate à degradação ambiental

A tecnologia está transformando a preservação ambiental na Amazônia com inteligência artificial e startups inovadoras.

A transformação digital está impactando vários setores, e a preservação ambiental não é exceção. Com o avanço da inteligência artificial (IA), iniciativas voltadas para a conservação, como o plano de desenvolvimento sustentável na Amazônia, estão se expandindo de maneira notável. De acordo com a Fundação Certi, que atua na Amazônia desde 1999, a IA tem um papel crucial no suporte a projetos que buscam equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Nasce uma nova era no empreendedorismo verde

Nos últimos anos, o número de startups focadas na Amazônia aumentou de forma significativa. Ao todo, são cerca de 700 iniciativas, um crescimento impressionante de sete vezes desde 2018. Estima-se que, até 2027, esse número poderá ultrapassar mil, com uma ênfase especial nas aplicações da inteligência artificial em diferentes setores da bioeconomia, entre eles o monitoramento do manejo sustentável do açaí, um dos produtos mais importantes da região.

Carbono Xingu: um modelo de sequestro de carbono

A região do Xingu é um exemplo notável de como a tecnologia pode ser aplicada em prol da economia verde. Com o lançamento do programa Carbono Xingu, uma parceria entre SLC Agrícola, Agro Penido, Agrorobótica e Embrapa Instrumentação, a área tem explorado novas tecnologias para promover práticas agrícolas sustentáveis. Previsto para começar suas operações no primeiro semestre de 2025, o programa utiliza tecnologia da NASA para monitorar grandes propriedades rurais, transformando-as em áreas capazes de sequestrar carbono.

O projeto conta com um sistema que foi desenvolvido do zero, incorporando a espectrometria a laser, a mesma tecnologia utilizada nas missões do robô Curiosity em Marte, para coletar dados sobre o solo. Com uma capacidade de analisar mais de mil amostras por dia, os dados são enviados para a nuvem e processados por inteligência artificial, resultando em relatórios que guiam o manejo do solo, promovendo técnicas como plantio direto e uso de bioinsumos.

Os resultados são notáveis: não só as propriedades rurais se tornam ativos ambientais, mas a produtividade também é aumentada em um ambiente mais saudável. Além disso, os agricultores têm a oportunidade de gerar créditos de carbono certificados, que podem ser negociados no mercado voluntário, contribuindo para a meta da emissão líquida zero de carbono.

Muvuca: a restauração florestal através da inovação

Outro exemplo de inovação na Amazônia é a Rede de Sementes do Xingu, que desde 2007 tem utilizado tecnologias para a restauração de áreas degradadas. Até o final do último ano, a rede havia coletado e distribuído mais de 390 toneladas de sementes de 220 espécies, resultando na recuperação de quase 11 mil hectares.

A coordenadora de comunicação da Rede, Lia Rezende, destaca que a evolução tecnológica também se reflete na melhoria das máquinas utilizadas para beneficiar as sementes e nas tecnologias de comunicação que ampliam a visibilidade do trabalho. “Além disso, podemos pensar em uma evolução tecnológica da muvuca enquanto técnica”, complementa, referindo-se a uma abordagem inovadora que mistura diferentes espécies de sementes para acelerar a restauração da biodiversidade.

A muvuca é uma técnica que permite reunir espécies com funções variadas, promovendo um ambiente mais equilibrado e saudável. Rezende observa que, com mais estudos e experiências práticas, é possível aprender sobre germinação e técnicas específicas para diferentes áreas de atuação. Desde 2019, a rede também tem se envolvido em projetos de restauração ecológica, recuperando cerca de 60 hectares na região do Xingu.

Impactos econômicos e sociais positivos

A comercialização de sementes pela Rede de Sementes do Xingu já gerou mais de R$ 8 milhões, beneficiando grupos coletores que incluem povos indígenas, agricultores familiares e comunidades urbanas tanto da Amazônia quanto do Cerrado mato-grossense. Esse aspecto econômico é fundamental, pois não apenas promove a conservação ambiental, mas também proporciona alternativas de renda para essas comunidades.

A combinação de inteligência artificial e empreendedorismo verde está se mostrando eficaz na luta contra a degradação ambiental na Amazônia, trazendo inovações que não apenas protegem o meio ambiente, mas também fortalecem a economia local e promovem a inclusão social. Com um futuro promissor à frente, a tecnologia pode continuar a ser um aliado valioso na preservação da biodiversidade e na promoção de práticas sustentáveis.

O avanço dessas iniciativas é um exemplo claro de como a tecnologia pode reverter danos e contribuir para um planeta mais sustentável.

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